Bley Bilal Mokono estava com o filho, de 13 anos, a comprar uma sandes perto do Estádio de França, na noite em que a seleção gaulesa defrontava a Alemanha. Garante que se cruzou com dois dos terroristas antes de estes acionarem os coletes suicidas.
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A sofrer de perda auditiva e com ferimentos no ombro, Bley Bilal Mokono - militante do partido socialista francês - e o filho são dois dos sobreviventes dos ataques terroristas de sexta-feira, 13 de novembro, em Paris, que ceifaram a vida a 129 pessoas.
Em declarações ao "Le Parisien", Mokono, de 40 anos, conta que tinha ido com o filho, de 13, comprar uma sandes numa cadeia de "fast food" em frente à porta D do estádio, quando se cruzou com um dos atacantes na casa de banho. Este parecia "suado e preocupado".
Ao sair, viu um segundo homem à entrada do estabelecimento, que o olhou fixamente e, garante, "parecia desconfortável e desconfiado". Momentos depois de regressar à mesa onde se preparava para jantar, Mokono ouviu uma violenta explosão e foi "projetado uns 10 metros".
"Vi o homem explodir, por isso posso dizer que isto foi terrorismo, não foi gás ou uma bomba que foi deixada. Era como uma cena de guerra, como as que vejo na televisão", explica.
Enquanto ajudava uma mulher que também havida sido projetada pela força da explosão, o segundo homem ativou o colete suicida.
O filho de Mokono encontrava-se na casa de banho do restaurante quando os homens explodiram, mas presenciou o horror que se seguiu: "Quando o meu filho saiu e viu o lugar onde estávamos, viu que o pai não estava lá, viu os corpos dos bombistas, um braço, foi duro para ele. Viu corpos no chão."