As autoridades espanholas da Catalunha anunciaram, esta sexta-feira, que foi detido um terceiro suspeito de envolvimento no atentado de quinta-feira em Barcelona e que fez 13 mortos.
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Joaquim Forn, ministro do Interior do governo autonómico catalão disse à Rádio Catalunha que o indivíduo se encontra detido na cidade de Ripoll, a norte de Barcelona.
Na quinta-feira, um dos dois suspeitos do ataque por atropelamento nas Ramblas (centro de Barcelona) foi preso em Ripoll e outro em Alcanar. Segundo a polícia, nenhum dos dois homens detidos na quinta-feira era o condutor da carrinha utilizada no ataque.
O motorista terá abandonado a zona a pé, segundo as autoridades. Um outro suspeito foi abatido em Alcanar (Tarragona) durante uma operação policial.
Não é claro, ainda, se este terceiro suspeito poderá ser o homem que conduziu a carrinha que, esta quinta-feira, matou 13 pessoas e deixou 100 feridos em Barcelona, num atentado terrorista reivindicado pelo Estado Islâmico.
Corpos no chão, familiares horrorizados, sobreviventes desorientados em fuga ou a tentarem fazer o que podiam pelos feridos. O terrível cenário numa rua europeia, uma vez mais. Em Espanha, foi o mais mortal ataque desde as explosões em Atocha, Madrid, que vitimaram 191 pessoas, em Março de 2004.
O número de mortos - para já 13 - pode ainda aumentar. Há 15 feridos graves entre as centenas que foram surpreendidas pelo ato bárbaro, pouco antes das 17 horas locais, enquanto passeavam nas Ramblas de Barcelona, cidade turística por excelência e destino para milhões de pessoas, especialmente em agosto.
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Desconhece-se o paradeiro do suspeito que conduziu a carrinha branca durante mais de 500 metros, num ataque terrorista que visou atingir o maior número de vítimas, como o definiu a polícia. Depois, fugiu a pé e nunca mais foi visto.
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Os Mossos d'Esquadra (Polícia de Barcelona) efetuaram várias operações no contexto da investigação do atentado e mantêm um amplo dispositivo antiterrorista no controlo das saídas da cidade de Barcelona, para tentar encontrar o autor do massacre.
As autoridades anunciaram, horas depois, ter detido outros dois suspeitos, nos arredores da capital catalã. Um dos homens é marroquino e tratar-se-á de Driss Oukabir, embora ainda faltem esclarecimentos sobre a sua identidade. O outro detido nasceu em Melilla, enclave espanhol no norte de África.
Há mais dúvidas sobre o planeamento deste, mais um, ataque ao modo de vida europeu. Sabe-se que foram alugadas duas carrinhas. Uma foi utilizada como arma de ataque. A outra foi encontrada a 70 quilómetros de Barcelona, em Vic, abandonada.
Uma explosão ocorrida na noite de quarta-feira numa casa em Alcanar, Tarragona, que provocou a morte a uma pessoa, alegadamente quando estava a manusear bombas de gás butano, foi associada ao ataque nas Ramblas pela polícia de Barcelona, embora sem esclarecer como.
Outra questão ainda por resolver: não se sabe exatamente quantas pessoas participaram no atentado.
Um outro homem, que tinha atropelado uma polícia numa operação stop, morreu baleado pelas autoridades, mas não estava relacionado com o ataque, como inicialmente se suspeitou.
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Portugueses a salvo
Não tardaram os relatos de portugueses sobre o atentado, embora, segundo o governo, não haja ninguém de nacionalidade portuguesa nas listas dos feridos e das vítimas mortais. Quem viveu de perto o pânico descreveu ao JN o que sentiu, durante aqueles minutos de terror.
Estado Islâmico reivindica
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado horas depois. O texto foi distribuído pela agência de propaganda do EI, a Amaq, monitorada pelo SITE, um centro americano e vigilância de páginas da Internet 'jihadistas' SITE. "Os autores do ataque de Barcelona eram soldados do Estado Islâmico", lê-se no comunicado, acrescentando que "a operação foi conduzida em resposta aos alvos para atingir os Estados da coligação" internacional que opera na Síria e no Iraque.
Novo atentado abortado
À noite, um novo susto. A Polícia catalã matou pelo menos quatro supostos terroristas em Cambrils, a 117 quilómetros de Barcelona, numa operação para evitar um possível atentado nesta localidade balnear, segundo fontes ligadas à investigação.