O jovem de 22 anos acusado de esfaquear no pescoço a ex-namorada foi condenado, esta segunda-feira, a oito anos e seis meses de prisão efetiva. A vítima morreu uma semana depois do crime, em resultado dos ferimentos que sofreu.
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O coletivo de juízes do Tribunal de Portimão deu com provado que Tiago, que estava acusado de homicídio qualificado na forma tentada, empunhou uma navalha e golpeou Joana no pescoço, dizendo-lhe: “Se não és minha, não és de mais ninguém.”
Os juízes consideraram que agiu com “dolo direto e intenso”. Apesar de não ter ficado provado que as facadas foram a causa direta da morte, provou-se que era essa a sua intenção, explicou a juiz-presidente.
“É muito difícil para mim entender que alguém que diz amar outra pessoa a queira matar”, considerou, durante a leitura do acórdão.
“Espero que aproveite este tempo para pensar no caminho que anda a trilhar. O senhor é muito jovem. Já percebi, pela postura que está a adoptar aqui que não está muito interessado no que estou a dizer”, acrescentou, dando por terminada a leitura.
Não aceitou o fim da relação
Joana queria terminar o relacionamento, mas o rapaz não aceitava. A 15 de junho do ano passado a jovem chegava a casa, em Lagoa, e não se apercebeu de uma “espera” que Tiago lhe fez. Começou a ser esfaqueada ainda no interior do próprio carro. Conseguiu fechar a janela e conduzir alguns metros até à GNR, onde pediu ajuda.
Depois de assistida no Hospital de Portimão, com dois golpes no pescoço, teve alta no próprio dia. No dia 22, voltou a ser internada com uma infeção grave em resultado dos ferimentos. Foi transportada de helicóptero para a Medicina Intensiva do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde morreu na noite de 23, em consequência de “um abcesso pós-traumático, complicado de sépsis”, segundo o relatório da autópsia.
Tiago Souto foi também condenado a pagar cinco mil euros de indemnização à mãe de Joana.