Fernando Gomes explica que ainda vão entrar 60 a 70 milhões de euros no F. C. Porto

Na cerimónia da apresentação das contas do primeiro semestre da época em curso, que os dragões apresentam resultados positivos de 35 milhões de euros, Fernando Gomes, administrador da área financeira, explica os números e avança com os pormenores do acordo com a Legends, que vai permitir um encaixe de 60 a 70 milhões de euros.

"Estas contas assumem uma particular importância em relação aos anos anteriores, porque têm sido alvo de comentários, até porque a situação financeira tem servido de arma de arremesso para descredibilizar esta administração. Não há aqui contabilidade criativa nem antecipação de receitas. Tudo o que foi dito é uma falácia e feita por falta de conhecimento e não faz nenhum sentido. Este resultado não inclui aqui 9,6 milhões de euros relativos ao prémio de acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões, que só pode ser contabilizado a partir de janeiro", começou por explicar Fernando Gomes.

"Este primeiro semestre foi positivo, atingimos os proveitos operacionais em 108 milhões de euros, excluindo os passes dos jogadores", completou, falando logo de seguida dos capitais próprios: "Tínhamos um objetivo de atingir os capitais próprios positivos esta época e reduzir os negativos substancialmente. Não é verdade que estamos a comprometer receitas nos próximos 15 anos. Fizemos um financiamento para antecipar dois anos de direitos televisivos. Antecipamos dois anos de direitos televisivos e ficamos com um ano livres. A venda do Otávio, que nos permitira agora descontar o valor da venda do passe do jogador, contrariando todas as expectativas dos bancos, não foi possível agora descontar. Por verdadeira ineficiência do Al Nassr, é um problema do clube que não fornece os documentos para a banca descontar. Antecipamos dois dos três anos dos direitos televisivos, mas estará cá a receita da venda do Otávio que vence a primeira no dia 1 de julho de 2024 e a segunda a 1 de julho de 2025", adiantou.

Fernando Gomes explicou ainda o acordo com a Legends em relação ao estádio do Dragão: "Os parceiros não compram participações para comprar parte da SAD, formam, isso sim, uma sociedade para explorar uma parte do Estádio do Dragão. Temos já uma sociedade que é a Porto Comercial, responsável pelas vendas de merchandising, bilhética, catering do estádio, namings, camarotes e publicidade no estádio. Tudo o que é merchandising continua na Porto Comercial, mas é criada uma nova empresa, construída da seguinte forma, 70% do F. C. Porto, o restante será do nosso parceiro. O F. C. Porto entra com o catering, bilhética e os nossos parceiros entram com entre 60 a 70 milhões de euros que serão entregues ao F. C. Porto em junho. Este exercício vai receber no segundo semestre estes 60 a 70 milhões que entram nos capitais próprios. Não estamos a vender nada, mas a acrescentar valor".

O administrador pela área financeira da SAD adianta ainda: "No final do exercício teremos capitais próprios de mais de 50 milhões de euros positivos".

A terminar, Fernando Gomes fez questão de concretizar que a reavaliação do negócio gerado no Estádio do Dragão atingiu os 278 milhões de euros e que o facto de o F. C. Porto ser um dos clubes confirmados no novo modelo do Mundial de Clubes da FIFA também terá impacto nas contas da próxima temporada. 

"Nem quis falar disso antes, mas é verdade que o F. C. Porto vai entrar na nova competição e está previsto que a base de participação atinja um valor próximo dos 50 milhões de euros", disse.