O guarda-redes Iker Casillas, que sofreu um enfarte em 2019, reclama quase quatro milhões de euros à Fidelidade por incapacidade para o trabalho. A seguradora entende que não houve uma causa direta entre o enfarte e o esforço físico, noticia o jornal "Público".
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O jogador sofreu um enfarte agudo do miocárdio durante um treino, que o obrigou a colocar um ponto final na carreira. O espanhol e a Fidelidade travam uma batalha judicial desde então. Casillas reclama 3,7 milhões de euros em prestações por ter deixado de jogar.
Depois de pendurar as chuteiras, Casillas acionou a cláusula de acidentes de trabalho, por considerar ter direito a uma prestação relativa à incapacidade permanente e absoluta para o trabalho, que corresponde a 70% da remuneração até junho de 2021, data do final do contrato com o F. C. Porto.
O jogador foi submetido a vários exames e avaliações e os peritos da Fidelidade alegaram não ser possível estabelecer causalidade entre o esforço físico e o enfarte. No entanto, submetido posteriormente a uma junta médica, um especialista em cardiologia e outro nomeado de forma independente pelo tribunal coincidiram na avaliação que o esforço foi o que motivou a rutura na artéria coronária. Por sua vez, a empresa aponta para exames que demonstram que Casillas tinha valores de colesterol elevado quando foi admitido na CUF em 2019.
A defesa do jogador aponta ainda para lacunas na lei, que prevê que um jogador só possa receber uma pensão por incapacidade permanente e absoluta para o trabalho até aos 35 anos, dando como exemplo jogadores como Pepe e Cristiano Ronaldo, que se mantiveram em campo ao mais alto nível depois dessa idade. Quando Casillas sofreu o enfarte tinha 37 anos.
O caso, que deu entrada nos tribunais há três anos, não tem ainda uma solução à vista e segue para julgamento, onde os peritos podem voltar a ser chamados para esclarecer as avaliações médicas feitas ao longo do diferendo.