Uma petição criada este sábado à tarde e que junta milhares de assinaturas reclama tratamento igual para os mais de 40 mil elementos da PSP e da GNR. Em causa está a diferença de valores dos suplementos de turno, de piquete e de risco entre a Polícia Judiciária (PJ) e as restantes forças policiais e militares.
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No texto da petição intitulada "Por um tratamento condigno e paritário da PSP, da GNR e do CGP", os autores, que integram uma unidade alargada de sindicatos das polícias, saúdam a aprovação do novo suplemento para a PJ, mas acusam o Governo de deixar "de fora" mais de 40 mil profissionais e funcionar "a várias velocidades, tratando uns como filhos e outros como enteados".
Na quarta-feira, o Conselho de Ministros aprovou o pagamento do suplemento de missão, em 14 meses, para as carreiras da PJ, que, além de substituir o suplemento de risco, representará, em alguns casos, um aumento de quase 700 euros por mês: os especialistas de polícia científica vão receber mais 663,96 euros enquanto os trabalhadores da carreira de investigação criminal vão ter um acréscimo de 518,86 euros. Já no que toca à carreira especial de segurança da PJ, o aumento será de 186,55 euros.
As estruturas da PSP e GNR já se mostraram indignadas por este tratamento desigual e anunciaram a realização de vários protestos. A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia considerou positiva a melhoria remuneratória, mas lamentou “a diferença de tratamento”. Também o Sindicato Nacional da Polícia criticou a desigualdade entre polícias, referindo que os elementos da PSP se sentem “completamente ignorados por este Governo”. Já o Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia lamentou que as mesmas preocupações não tenham "igual respaldo" sobre as demais polícias.
Por sua vez, a Associação dos Profissionais da Guarda considerou “absolutamente inaceitável que não tenha existido tratamento igual para os profissionais da GNR, na medida em que também desempenham funções em condições de risco, insalubridade e penosidade, contexto que este suplemento pretende premiar”. Também a Associação Nacional de Oficiais da GNR considerou este sábado, “mais do que ofensivo, humilhante a diferenciação negativa” de tratamento e recusa o título de “polícia de segunda categoria”.