Trump insta todos os cidadãos de Teerão a "deixar imediatamente" a capital iraniana
As hostilidades abertas entre Israel e o Irão entram esta segunda-feira no quarto dia sem sinais de abrandamento, alimentando o receio de uma guerra mais vasta na região.
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O presidente norte-americano, Donald Trump, vai abandonar a cimeira do G7 no Canadá na madrugada de hoje, um dia antes do previsto, devido ao conflito entre Israel e Irão, segundo a Casa Branca.
"Foi alcançado muito, mas devido ao que está a acontecer no Médio Oriente, o presidente Trump vai partir esta noite [madrugada em Lisboa], após o jantar com os chefes de Estado", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, nas redes sociais.
"O presidente Trump teve um grande dia no G7, chegando mesmo a assinar um importante acordo comercial com o Reino Unido e o primeiro-ministro Keir Starmer", salientou.
O presidente norte-americano, Donald Trump, lamentou esta noite que o Irão não tenha assinado o acordo nuclear a tempo e instou, através da sua rede social, que "todos devem deixar Teerão imediatamente".
“O Irão deveria ter assinado o ‘acordo’ que eu disse para assinarem. Que vergonha, e desperdício de vidas humanas. Em poucas palavras: O IRÃO NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR. Eu já o disse várias vezes! Todos deveriam deixar Teerão imediatamente!”, pode ler-se, na publicação na Truth Social.
Teerão, a maior cidade iraniana, tem uma população estimada de nove milhões de habitantes, segundo dados oficiais de 2021, 14 milhões, na área metropolitana.
Já na cimeira do G7, que decorre até terça-feira na cidade canadiana de Kananaskis, Trump tinha realçado que está "em contacto constante" com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e a falar "com toda a gente".
"Dei 60 dias ao Irão, e eles disseram que não. E ao 61.º dia, viram o que aconteceu", apontou, referindo-se ao ataque israelita às instalações nucleares, militares e científicas iranianas, que matou oficiais militares e cientistas iranianos de alto nível.
As Forças Armadas de Israel anunciaram hoje a interceção de vários mísseis que visavam o país, enquanto o Irão afirmou ter lançado uma nova vaga de projéteis contra o adversário, no quarto dia de hostilidades entre ambos.
As forças armadas israelitas (IDF, na sigla em inglês) anunciaram no Telegram que "vários alvos aéreos suspeitos que atravessaram território israelita foram intercetados pela IAF (Força Aérea) em Ramat Magshimim e Haspin após o toque das sirenes às 21.56 horas" locais (19.56 horas de Portugal continental).
Em Teerão, segundo a AFP, a televisão estatal anunciou uma nova salva de mísseis contra Israel.
"Começa uma nova salva de mísseis contra os territórios ocupados", informou a televisão, referindo-se a Israel, um Estado não reconhecido pelo Governo iraniano.
Os Estados Unidos estão a reforçar a "postura defensiva" no Médio Oriente com "recursos adicionais", anunciou ainda o secretário da Defesa norte-americano, após ser noticiado que o porta-aviões Nimitz navega para a região em pleno conflito Israel-Irão.
"No fim de semana, ordenei o envio de recursos adicionais para a área" que abrange o Médio Oriente, publicou o secretário da Defesa Pete Hegseth na rede social X na segunda-feira, quarto dia do conflito entre Israel e o Irão.
"Estes envios visam reforçar a nossa postura defensiva na região", afirmou o secretário norte-americano, sem especificar os meios em causa.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apelou hoje ao povo iraniano para que se insurja contra a “tirania” no poder, afirmando que em breve terá “uma oportunidade de ser livre”, numa entrevista ao canal Iran International.
Uma “luz foi acesa, levem-na para a liberdade”, afirmou Netanyahu na entrevista ao canal em Londres.
Nesta entrevista de 13 minutos, o primeiro-ministro israelita insistiu que o povo iraniano não é um “inimigo”.
“Temos um inimigo comum e estamos a combatê-lo com determinação, e acredito que em breve terão a oportunidade de ser livres”, acrescentou.
“É o mal contra o bem, e é tempo de as pessoas certas se levantarem com as pessoas certas - as pessoas certas no Irão e as pessoas certas em todo o mundo - contra esta loucura que nos está a ser imposta a todos por esta tirania”, disse Netanyahu.
Donald Trump assegurou hoje que o Irão irá acabar por assinar um acordo nuclear com os Estados Unidos e que será insensato caso o regime de Teerão não o faça.
Depois de se ter reunido com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na cimeira do G7, que decorre até terça-feira na cidade canadiana de Kananaskis, Trump afirmou que está "em contacto constante" com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e a falar "com toda a gente".
"Dei 60 dias ao Irão, e eles disseram que não. E ao 61.º dia, viram o que aconteceu", apontou, referindo-se ao ataque israelita às instalações nucleares, militares e científicas iranianas, que matou oficiais militares e cientistas iranianos de alto nível.
"Penso que o acordo será assinado ou algo acontecerá, mas será assinado um acordo", insistiu, antes de acrescentar que o Irão "está basicamente na mesa das negociações” e “querem chegar a um acordo", apesar de o ataque israelita ter forçado a suspensão de uma nova ronda de negociações entre Washington e Teerão, marcada para domingo.
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, também discutiram hoje o conflito entre Israel e o Irão e concordaram em manter-se em contacto à luz dos próximos desenvolvimentos.
“Durante a conversa, o secretário de Estado Rubio e a alta representante Kallas reafirmaram o seu compromisso de manter um contacto estreito com os seus aliados e parceiros”, afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, numa breve declaração.
A chamada telefónica ocorreu dias antes de Kallas discutir a escalada do conflito no Médio Oriente com os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) através de videoconferência.
As Forças Armadas de Israel (IDF) levantaram o alerta à população lançado este noite em todo o país após o sistema de defesa antimíssil do país ter sido ativado contra mísseis provenientes do Irão.
"Após a avaliação da situação, o Comando da Frente Interna torna público que é agora permitido sair de abrigos em todas as zonas do país", referem as IDF no seu canal no Telegram.
"Solicita-se ao público que continue a seguir as instruções do Comando da Frente Interna", adiantam.
O Crescente Vermelho iraniano anunciou que três socorristas da organização foram hoje mortos em Teerão, em serviço durante um ataque israelita.
"Este incidente não é apenas um crime contra o direito internacional humanitário, mas também um claro atentado à humanidade e à moralidade", afirmou em comunicado o Crescente Vermelho, equivalente da Cruz Vermelha.
Segundo a organização, os seus três funcionários foram mortos quando estavam a prestar assistência a feridos no bairro de Shahid Bagheri, no noroeste de Teerão.
A agência de notícias espanhola EFE relatou pelo menos quatro explosões no norte de Teerão, assim como disparos dos sistemas de defesa antiaérea que tentavam intercetar os projéteis e 'drones' israelitas.
A agência de notícias iraniana Tasnim informou que o Quartel-General da Polícia de Teerão foi atingido por um 'drone', que causou “danos menores” no edifício e feriu “vários agentes”.
Entretanto, cinco carros-bomba explodiram em Teerão, informou a agência estatal iraniana IRNA, sem especificar em que zona da cidade.
A Guarda Revolucionária do Irão, guardiã do regime islâmico, anunciou o lançamento de ataques contra Israel "ininterruptamente até ao amanhecer", com Telavive a confirmar o alerta e que os seus sistemas defensivos estão a operar.
“A nona salva de um ataque combinado de ‘drones’ e mísseis começou e vai continuar ininterruptamente até ao amanhecer", disse o porta-voz da Guarda, Ali Mohammad Naini, segundo a agência noticiosa oficial IRNA.
O Irão instou hoje duas estações de televisão israelitas a evacuarem as suas sedes, horas depois de um ataque de Israel contra o edifício da estação pública iraniana em Teerão.
"O Irão emitiu um alerta de evacuação para os canais israelitas N12 e N14. Esta decisão surge após o ataque hostil do inimigo sionista ao serviço de transmissão da República Islâmica do Irão", adiantou a televisão estatal iraniana.
O edifício do serviço estatal de radiodifusão do Irão (IRIB) foi hoje atingido por um ataque israelita, interrompendo a transmissão em direto da emissora, informou a agência de notícias oficial iraniana.
O momento do ataque foi registado quando uma apresentadora da IRIB falava em direto e a transmissão foi interrompida.
Portugal já retirou portugueses do Irão e está em curso uma operação de repatriamento em Israel, para responder aos 130 pedidos de repatriamento registados até ao momento, disse o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
A situação “mais complexa” era a do Irão, sublinhou Paulo Rangel. “Já saíram ontem [domingo], por nossa mão, por terra, quatro portugueses para o Azerbaijão. Entretanto já tinha saído um pela Turquia, ainda três expatriados que estão, mas que têm meios próprios para regressar”, detalhou.
“Depois, a segunda mais complexa é obviamente a dos cidadãos que estão em Israel. Tivermos 130 pedidos de repatriamento, uma parte muito importante de cidadãos que estavam em trânsito ou que estão a fazer turismo, ou que estavam em trabalho e que obviamente ficaram sem aviões”, adiantou o ministro.
Em conferência de imprensa, Rangel afirmou que “já começou uma operação para os trazer para Portugal”, admitindo “riscos maiores” porque “implica deslocações rodoviárias grandes”.
O primeiro-ministro israelita afirmou hoje que os bombardeamentos contra o Irão atrasaram o programa nuclear iraniano "por muito, muito tempo" e defendeu que a ofensiva militar em curso vai “mudar a face do Médio Oriente”.
Em videoconferência de imprensa, Benjamin Netanyahu indicou que não pretende derrubar o regime de Teerão, mas disse que não ficaria surpreendido se isso acontecesse, ao mesmo tempo que não descartou o assassínio do líder supremo iraniano, Ali Khamenei. “Vamos fazer o que for necessário", declarou ao ser questionado sobre essa possibilidade.
Os iranianos estão a descobrir que “o regime é muito mais fraco" do que pensavam, observou Netanyahu, acrescentando que as Forças de Defesa de Israel estão a eliminar os altos comandantes militares iranianos “um por um”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano defendeu hoje que, se o presidente dos Estados Unidos quiser, poderá travar a guerra entre o Irão e Israel "com um único telefonema".
"Um único telefonema de Washington seria suficiente para amordaçar alguém como [o primeiro-ministro israelita Benjamin] Netanyahu e abrir caminho para o regresso da diplomacia", disse Abbas Araqchi numa mensagem divulgada na rede social X.
"Se [Donald] Trump for sincero em relação à diplomacia e quiser interromper esta guerra, os próximos passos são óbvios. Israel precisa de cessar a sua agressão. Se não houver uma cessação completa da agressão militar contra nós, as nossas respostas continuarão", avisou o chefe da diplomacia iraniana.
Araqchi acrescentou que o ataque israelita ao Irão e as mortes de "centenas de civis inocentes" são "um fracasso em frustrar um acordo entre o Irão e os Estados Unidos", que admitiu estar até agora "no bom caminho".
O ministro iraniano lembrou que "Netanyahu é um criminoso de guerra procurado" que "enganou um presidente norte-americano após outro para travar guerras durante quase três décadas".
"Está a fazer com que mais um presidente norte-americano e cada vez mais contribuintes norte-americanos pareçam completos idiotas", argumentou.
Araqchi insistiu que o seu país “não iniciou esta guerra e não quer perpetuar o derramamento de sangue”, prometendo também lutar “orgulhosamente até à última gota de sangue” para proteger o território e o povo.
A mensagem é acompanhada por imagens de uma sessão com Netanyahu perante o Congresso dos EUA em 2002, na qual o primeiro-ministro israelita defendeu a necessidade de invadir o Iraque porque esse país pretendia adquirir a bomba atómica.
A Turquia vai aumentar o arsenal de mísseis de médio e longo alcance "para um nível dissuasor", anunciou hoje o presidente turco, justificando que tomou esta decisão “à luz dos desenvolvimentos recentes”.
"Em pouco tempo, teremos atingido um nível de capacidade defensiva em que ninguém ousará desafiar-nos", declarou, no final de uma reunião do Conselho de Ministros.
O chefe de Estado afirmou que a indústria de armamento turca atingiu um nível com capacidade para sustentar um poder dissuasor, de acordo com a agência de notícias oficial Anadolu.
"Esperamos manter o nosso país longe dos efeitos negativos das crises na nossa região", afirmou o líder turco, acrescentando que a Turquia precisa ser "política, social, económica e militarmente forte" e também autossuficiente.
Segundo Erdogan, os bombardeamentos contra alvos militares e instalações nucleares no Irão demonstram que Israel é a maior ameaça à segurança e à estabilidade no Médio Oriente.
A cada dia que passa, prosseguiu, "torna-se mais claro que o ataque [israelita] lançado sob o pretexto de atingir instalações nucleares iranianas tem objetivos muito amplos e insidiosos".
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse hoje que o Irão está disposto a negociar e que pediu a Teerão para se sentar à mesa de negociações “antes que seja tarde demais”.
"Eles querem negociar, mas deviam tê-lo dito antes. Eu acho que o Irão não está a ganhar esta guerra e que deve negociar imediatamente, antes que seja tarde demais", defendeu Trump.
O presidente dos EUA lembrou que sempre apoiou Israel. "Há muito que os apoiamos fortemente. E Israel está a sair-se muito bem agora", acrescentou o líder norte-americano.
Quando foi questionado pelos jornalistas sobre se os Estados Unidos se envolveriam militarmente neste conflito, Trump ignorou a questão. "Não quero falar sobre isso", limitou-se a dizer.
Um bombardeamento israelita atingiu, esta segunda-feira, um prédio da Rádio e Televisão da República Islâmica do Irão, interrompendo a emissão em direto. Israel tinha emitido um comunicado esta manhã, alertando os residentes de Teerão para deixarem a capital antes do ataque.
O primeiro-ministro francês rejeitou hoje uma deterioração das relações com Israel após o encerramento dos espaços de exposição de várias empresas de defesa israelitas na 55.ª edição do Salão internacional Paris Air Show.
“A posição do Governo francês era muito simples. Era a de que não houvesse armas de guerra ofensivas. Defensivas eram perfeitamente possíveis”, afirmou François Bayrou à imprensa, na feira de aeronáutica, que se realiza em Le Bourget (norte de Paris), após o encerramento inesperado dos espaços de cinco das nove empresas israelitas presentes.
O governante francês salientou que isso foi previamente acordado com as autoridades diplomáticas israelitas, mas nem todas as empresas cumpriram as diretrizes.
“Um certo número de empresas seguiu este acordo e outras não, por isso dissemos ser necessário tempo para chegar a um acordo e que não permitiríamos a exposição de armamento ofensivo”, afirmou.
Sobre o grupo de 37 portugueses retido na Jordânia, Paulo Rangel assegurou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem acompanhado o caso desde o início, mas que a situação não tem a mesma urgência, quando comparada com a de outros portugueses no Irão e em Israel, até porque “o espaço aéreo está aberto” e porque “está feito percurso pela própria agência de viagens”, sendo estimado o seu regresso na quarta-feira.
O presidente do Bundesbank alertou para os riscos de um choque petrolífero ligado ao conflito entre Israel e o Irão, instando a zona euro a não relaxar a política monetária, apesar de a inflação ter regressado a 2%.
As consequências dos ataques entre os dois países, que se intensificaram durante o fim de semana, “permanecem incertas”, enquanto um conflito prolongado “poderia provocar uma subida acentuada do petróleo” e “perturbar as nossas previsões” para a inflação e o crescimento, afirmou Joachim Nagel num discurso em Frankfurt.
Os preços do petróleo subiram apenas ligeiramente esta manhã, depois de terem disparado até 13% na sexta-feira, quando ocorreram os primeiros ataques de Israel ao Irão.
“O aumento da violência no fim de semana no Médio Oriente é uma perigosa escalada do conflito. Mais uma vez, as crianças estão a pagar o preço mais alto”, afirmou a diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell.
“Os ataques iranianos e israelitas atingiram áreas residenciais, matando e ferindo civis, incluindo crianças, e danificando infraestruturas civis”, lamentou a diretora da UNICEF num comunicado citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.
Catherine Russel disse que a agência da ONU, com sede em Nova Iorque, condena todas as formas de violência contra as crianças. “Além do número de mortos, esta escalada alarmante cria medo e trauma generalizados nas crianças de todas as comunidades”, alertou.
Russel reiterou o apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, para que Irão e Israel “mostrem a máxima contenção” e evitem a todo o custo “uma situação que a região e as crianças não podem permitir”.
Fez também um apelo urgente para o cumprimento das obrigações ao abrigo do direito internacional, incluindo a proteção dos civis, em particular das crianças. “Todas as crianças têm o direito de viver sem a ameaça da guerra e da violência”, afirmou.
Um grupo de 37 portugueses está retido na Jordânia devido ao encerramento do espaço aéreo após o início do conflito armado entre Israel e o Irão, na sexta-feira passada, e acusa as autoridades portugueses de falta de apoio.
Em declarações à Lusa, Carlos Lima, um dos elementos do grupo, que viajou para a Jordânia de férias no passado dia 5, explicou que o voo de regresso a Portugal estava previsto para domingo, mas que os viajantes foram avisados de que o voo seria adiado para segunda-feira à noite. No entanto, o espaço aéreo está atualmente encerrado, depois de ter reaberto temporariamente no sábado.
“O Estado português não está preparado para apoiar os seus cidadãos numa situação destas, numa era em que o mundo está em grande convulsão, com graves conflitos armados. O Estado português parece que não vê isto como prioridade”, criticou Carlos Lima.
Voos cancelados no aeroporto de Ben Gurion em Telavive. Conflito Israel/Irão encerrou o espaço aéreo.
O exército israelita reivindicou a destruição de um terço dos lançadores de mísseis iranianos, no quarto dia do ataque de Israel ao Irão, que tem retaliado com ataques de mísseis e drones.
“Mais de 50 caças e outros aviões realizaram ataques e destruíram mais de 120 lançadores de mísseis superfície-superfície”, disse o porta-voz do exército, brigadeiro-general Effie Defrin, numa conferência de imprensa. “Isto representa um terço dos lançadores de mísseis superfície-superfície do regime iraniano”, afirmou, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A República Islâmica só conseguiu disparar cerca de metade dos mísseis que tencionava lançar durante a noite, segundo Effie Defrin.
A força aérea israelita destruiu durante a noite 20 mísseis balísticos que estavam em vias de ser disparados, acrescentou o porta-voz, também citado pelo diário "The Jerusalem Post".
O Irão executou esta segunda-feira por enforcamento um homem detido em 2023 e condenado por espionagem para a Mossad, os serviços secretos israelitas, anunciou a justiça iraniana no quarto dia da guerra entre os dois países.
Ismail Fekri, um agente da Mossad condenado pelos crimes capitais de “corrupção na terra e ‘moharebeh’ [guerra contra Deus], foi enforcado”, noticiou o "Mizan Online", um órgão do poder judicial.
A execução ocorreu depois de concluídos todos os procedimentos legais e de o veredicto ter sido confirmado pelo Supremo Tribunal, acrescentou a mesma fonte, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Donald Trump apelou no domingo ao Irão e a Israel para "que cheguem a um acordo", mas sugeriu que talvez precisem de "lutar" primeiro.
"Acho que está na hora de um acordo", disse Trump aos jornalistas, enquanto Israel e o Irão trocavam uma nova barragem de ataques com mísseis e ameaçavam mais devastação.
"Mas às vezes eles têm que lutar, mas vamos ver o que acontece", disse Trump, falando na Casa Branca antes de ir para o Canadá para participar de uma cimeira do G7.
Os ataques israelitas contra o Irão desde sexta-feira deixaram pelo menos 224 mortos e mais de mil feridos, segundo informou o Ministério da Saúde iraniano no domingo. O porta-voz Hossein Kermanpour escreveu na rede social X que "224 mulheres, homens e crianças morreram como mártires" e outras 1277 pessoas foram hospitalizadas, acrescentando que mais de 90% das vítimas eram civis.
Em Israel, há registo de 13 mortos. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Irão "pagará um preço elevado por matar civis".
Recorde aqui o que de mais importante aconteceu no domingo.
Entenda os últimos três dias do conflito Israel/Irão aqui.
Uma nova corrida às armas nucleares global está a emergir num momento de enfraquecimento dos regimes de controlo de armas, alertou esta segunda-feira o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI).
O SIPRI destacou num relatório que quase todos os nove Estados com armas nucleares - Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel - continuaram os programas "intensivos" de modernização nuclear no ano passado, atualizando as armas existentes e adicionando novas versões.
Do stock total estimado de 12.241 ogivas em janeiro, cerca de 9614 estavam em arsenais militares para uso potencial, 3912 delas estavam implantadas em mísseis e aeronaves e cerca de 2100 estavam em alerta máximo para mísseis balísticos.
Desde o fim da Guerra Fria, o desmantelamento gradual de ogivas desativadas pelos Estados Unidos e pela Rússia ultrapassou o ritmo de implantação de novas ogivas nucleares, mas essa tendência provavelmente vai reverter-se nos próximos anos, à medida que o ritmo de destruição diminuir.
"Observamos uma tendência clara de crescimento dos arsenais nucleares, aumento da retórica nuclear e abandono dos acordos de controlo de armas", escreve o instituto no relatório.
O Irão bombardeou esta noite com mísseis várias cidades israelitas importantes, matando, pelo menos, cinco pessoas, segundo os serviços de emergência de Israel, em resposta aos ataques israelitas que atingiram território iraniano pela quarta noite consecutiva.
Em Telavive, as imagens da AFP mostraram edifícios destruídos onde os bombeiros procuravam sobreviventes entre os escombros. Outros projéteis atingiram as cidades de Petah Tikva e Bnei Brak, perto de Telavive, ainda segundo a agência de notícias francesa.
A embaixada dos Estados Unidos em Telavive sofreu “pequenos danos” por mísseis lançados esta noite, que atingiram as proximidades do edifício, segundo o embaixador norte-americano em Israel, Mike Huckabee.
O exército israelita não revela os pontos de impacto dos mísseis não intercetados, e o Magen David Adom, o equivalente israelita da Cruz Vermelha, indicou ter o registo de cinco mortos e 92 feridos em quatro localidades do centro do país durante esta noite.
O distrito de Haifa, no norte de Israel, também foi alvo de ataques com os mísseis iranianos a atingirem a maior refinaria de petróleo de Israel, localizada na baía de Haifa, provocando um incêndio, de acordo com imagens nas redes sociais e informações dos bombeiros
Dois cidadãos israelitas foram detidos sob a acusação de terem cometido “crimes contra a segurança” de Israel ao colaborarem com os serviços secretos iranianos, afirmou no domingo o Shin Bet, agência de serviços secretos internos israelita.
A agência israelita fez o anúncio num comunicado noticiado pela agência noticiosa DPA, no qual afirma que desde que Israel lançou, a 13 de junho, uma vaga de ataques contra o Irão, o Shin Bet e a polícia israelita frustraram 22 incidentes em que os serviços secretos iranianos tentaram recrutar cidadãos israelitas para realizar trabalhos de espionagem.
O exército israelita anunciou esta segunda-feira a deteção de uma nova salva de mísseis lançados pelo Irão, que a defesa antiaérea estava a tentar intercetar, mas várias explosões foram ouvidas em Jerusalém.
"Há pouco tempo, o exército identificou mísseis lançados do Irão em direção ao território do Estado de Israel" e "os sistemas de defesa estão ativados para intercetar a ameaça", declarou o exército em comunicado, instando a população "a dirigir-se para uma zona protegida e aí permanecer até nova ordem".
A agência de notícias AFP testemunhou a ocorrência de fortes explosões ao início desta madrugada em Jerusalém.