Novo pavilhão multiusos recebe no dia 19 o primeiro grande concerto, com António Zambujo. Câmara quer adquirir antigo campo de treinos para fazer parque de estacionamento
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“Linda! Mesmo muito linda!”, afirma, sorrindo, Marisa Pinheiro, à saída da nova Póvoa Arena. O pavilhão multiusos da Póvoa de Varzim foi, ontem, inaugurado. Houve música, dança e milhares de curiosos a querer ver.
Seis anos depois, uma obra “sofrida” e alguma polémica à mistura, a cidade ganhou uma nova “casa da cultura”. Custou 14,3 milhões de euros e foi paga com verbas da zona de jogo. António Zambujo é o nome escolhido para o primeiro grande concerto.
“Foi o projeto mais controverso, mais longo e que mais dificuldades teve para chegar ao dia de hoje. Recebemos inclusive ameaças de morte! Mas a Expo98 e a Casa da Música também foram, à época, projetos muito controversos”, afirmou o presidente da Câmara da Póvoa, Aires Pereira, lembrando o dia em que, há três anos, ele, o vice-presidente e o presidente da Assembleia Municipal receberam envelopes com balas e “um aviso”.
Na altura, estava já tomada, desde 2019, a decisão: a Praça de Touros seria demolida para dar lugar a um moderno pavilhão multiusos. A obra deveria ter arrancado em dezembro de 2020, mas a Patripove - Associação de Defesa do Património Poveiro avançou para tribunal e a empreitada foi suspensa. Contestava a demolição da velhinha Praça de Touros. Dois anos depois, o tribunal acabaria por dar razão à Câmara e, em setembro de 2022, começaram as obras.
Preço derrapou
A empreitada foi adjudicada por 9,2 milhões de euros. No final, custou 12,3 milhões, fruto, explicou o edil, “da revisão de preços em alta”, resultante da paragem de dois anos. Somaram-se dois milhões dos arranjos exteriores.
Aires Pereira, que em setembro deixará a Câmara da Póvoa, onde está desde 1988 (primeiro como vereador, e, desde 2013, como presidente), não se arrepende. A Póvoa Arena, frisou, “é uma mais-valia para o concelho, para a Área Metropolitana do Porto e para toda a região norte”.
Agora, a autarquia quer comprar o antigo campo de treinos ao Varzim por 2,4 milhões de euros. No espaço, situado nas traseiras da Arena, ficará um parque de estacionamento com capacidade para 200 viaturas. Só falta o “sim” do clube.
Três mil pessoas
Em dia de festa, a Arena abriu as portas para todos. Cá fora, animação de rua e dança. Lá dentro, uma performance de bailado e ópera. A ideia era mostrar a versatilidade do espaço.
Com capacidade para 3 mil pessoas, a Arena inclui um auditório, balneários, camarins, salas de reuniões, cinco lojas, um bar e um restaurante. Está preparada para concertos, feiras, conferências, exposições e atividades desportivas.
“Estamos numa fase de licenciamentos, testes e afinações. Dia 19, teremos um concerto do António Zambujo e, no dia 27, a Orquestra Cubana, a fechar o Festival Internacional de Música. Entretanto, é começar a preparar cuidadosamente a programação”, frisou Aires Pereira, que defende uma gestão 100% municipal, mas essa será decisão para o próximo presidente.