Três pessoas morreram e três estão desaparecidas, na manhã desta quarta-feira, no naufrágio de uma embarcação de pesca ao largo das praias de São Pedro de Moel e da Vieira. Onze pescadores foram resgatados com vida. Embarcações que estavam próximas ajudaram a resgatar pescadores.
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O comandante José Sousa Luís, da Autoridade Marítima Nacional, confirmou ao JN que a embarcação de pesca "Virgem Dolorosa" tinha 17 tripulantes.
Por sua vez, o comandante da Capitania da Figueira da Foz, Cervaens Costa, disse aos jornalistas que 11 pescadores foram resgatados com vida, mas ainda há três desaparecidos. Estão confirmadas três mortes. Das vítimas mortais, duas foram recolhidas para a Nazaré e uma para a Figueira da Foz.
Para o Hospital da Figueira da Foz foram levados sete feridos, três dos quais tiveram alta e três estão em observação, informou a diretora clínica, Sónia Campelo Pereira. O outro ferido, que inspira mais cuidados, foi levado para o hospiotal de Coimbra. As três vítimas em observações apresentam problemas de foro respiratório, bem como taquicardias.
Os tripulantes a bordo têm entre 30 e 65 anos. Dois dos pescadores resgatados com vida são indonésios, os outros são portugueses. "A tripulação é maioritariamente da Figueira da Foz", informou Cervaens Costa.
Os familiares das vítimas estão a receber apoio psicológico.
Embarcações ajudaram a resgatar vítimas
A presença de quatro barcos de pesca no local onde naugrafou o "Virgem Dolorosa" fez com que a tragédia não fosse maior, informou o comandante. Doze pescadores foram retirados da água por quem estava perto da zona onde a traineira afundou.
Cervaens Costa acrescentou ainda que no momento do adornamento "a agitação marítima não era considerável".
José Sousa Luís, porta-voz da Autoridade Marítima Nacional, informou que foi aberto um inquérito para apurar as causas da tragédia.
O alerta para o afundamento da embarcação a uma milha náutica a oeste de costa foi dado às 4.33 horas para o comando local da Polícia Marítima da Nazaré. Foram iniciadas as buscas por quatro embarcações de pesca tendo sido resgatadas, inicialmente, oito pessoas.
De acordo com a AMN, foi ativada de imediato uma embarcação da Estação Salva-vidas da Nazaré para as buscas, um helicóptero da Força Aérea e Equipa de vigilância aérea (drones) do Comando-local da Polícia Marítima da Nazaré. Também uma equipa de mergulhadores se encontra no local.
Ao chegar ao local, a embarcação salva-vidas confirmou que a embarcação se encontrava apenas virada.
Pelas 6 horas foram recolhidos mais dois náufragos por uma embarcação auxiliar, tendo sido transportados pelo salva-vidas para a Nazaré.
Câmara da Marinha Grande lamenta mortes
O presidente da Câmara da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, lamentou as mortes no naufrágio de uma embarcação hoje de madrugada no concelho e destacou que o foco é encontrar os desaparecidos. "Lamento que tenha acontecido, mas quem está no mar, naturalmente, sabe que estes são os riscos de quem anda na faina", afirmou aos jornalistas Aurélio Ferreira, na praia do Samouco, de acordo com a agência Lusa.
Aurélio Ferreira expressou uma "palavra de conforto" aos familiares e amigos das vítimas, assegurando que o foco é encontrar as pessoas desaparecidas.
Segundo o autarca, as causas do naufrágio são, neste momento, desconhecidas, referindo que "as pessoas sobreviventes vão testemunhar o que é que aconteceu e em que circunstâncias é que estava a decorrer a pesca". "As condições e porque é que aconteceu uma situação destas ainda não sabemos", acrescentou.
Aurélio Ferreira explicou que, da informação de que dispõe, a traineira naufragou pelas 4 horas, a cerca de uma milha náutica da costa. "Havia mais barcos à volta, portanto, havia mais gente a pescar na mesma zona e desde por volta das quatro e pouco deixaram de ter sinal dele e, portanto, foi quando encontraram o barco que estava já a adornar", referiu o presidente da Marinha Grande.
Questionado sobre as condições do mar, o autarca referiu que "não é um mar muito revolto", notando que "não é tão brusco como foi no inverno".
Diocese de Leiria-Fátima manifesta consternação
A diocese de Leiria-Fátima manifestou profunda tristeza e consternação pelo naufrágio. "Nesta hora de dor, a diocese de Leiria-Fátima, através do seu bispo, D. José Ornelas, manifesta o seu mais profundo pesar e solidariedade às famílias e amigos das vítimas que serão lembradas nas nossas orações para que Deus lhes conceda conforto e força para enfrentar este momento de sofrimento e perda", lê-se numa nota da diocese divulgada ao final da manhã.
No documento, a diocese dirige-se também aos 11 sobreviventes, aos quais expressa a "esperança na sua recuperação e no seu bem-estar". "Agradecemos de forma especial aos corajosos profissionais e voluntários da Autoridade Marítima Nacional, das estações salva-vidas da Nazaré e da Figueira da Foz, da Força Aérea Portuguesa, do projeto 'SeaWatch' e do Grupo de Mergulho Forense da Polícia Marítima, que têm incansavelmente conduzido as operações de busca e salvamento".