A União Europeia advertiu esta terça-feira que o ataque israelita contra líderes do Hamas em Doha viola o direito internacional e a integridade territorial do Catar, além de ameaçar "uma nova escalada de violência na região".
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"Qualquer escalada da guerra em Gaza deve ser evitada - não é do interesse de ninguém. Continuaremos a apoiar todos os esforços para um cessar-fogo em Gaza", indicou, em comunicado, o porta-voz para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança da UE, Anouar El Anouni.
Na mensagem, o executivo comunitário expressa "total solidariedade para com as autoridades e o povo do Catar, um parceiro estratégico da UE".
O representante recordou ainda que "a UE e outros parceiros incluíram o Hamas na lista de organizações terroristas" e que os 27 adotaram "um novo regime de sanções contra o Hamas e a Jihad Islâmica Palestiniana, juntamente com dois conjuntos de listas adotadas em 2024 contra entidades e indivíduos".
Um ataque aéreo israelita visando o chefe da delegação de negociadores do Hamas, Khalil al-Hayya, em Doha, fez hoje pelo menos seis mortos, segundo o movimento islamita palestiniano e as autoridades cataris.
O Governo do Catar confirmou que Israel tinha atacado uma reunião de "vários membros do gabinete político do Hamas", num edifício residencial.
O Hamas afirmou, em comunicado, que cinco dos seus membros foram mortos no ataque israelita em Doha, embora nenhum deles fizesse parte da sua delegação negocial.
Um membro das forças de segurança do Catar também foi morto, segundo o Ministério do Interior do Catar, enquanto vários agentes de segurança do país ficaram feridos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que este ataque foi uma resposta ao atentado de segunda-feira em Jerusalém em que dois palestinianos da Cisjordânia ocupada mataram a tiro seis pessoas numa paragem de autocarro.
O atentado foi reivindicado hoje pelo braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qasam.
O ataque também surge após o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, ter afirmado que Israel aceitou a proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos que prevê a libertação de todos os reféns israelitas.