Cerca de 27% dos doentes foram operados fora do tempo legal, mas o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a fazer mais cirurgias até maio deste ano do que em igual período de 2022. Houve um aumento de 14% na lista de pacientes inscritos para cirurgias, porém o tempo médio de espera baixou de 2,9 para 2,8 meses.
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A garantia é de Manuel Pizarro. No dia em que a Assembleia da República volta a discutir o estado do SNS por interpelação da Iniciativa Liberal, o ministro da Saúde dá conta de que a produção nos centros de saúde e nos hospitais públicos está a crescer.
"O SNS realizou, nos primeiros cinco meses deste ano, 355 622 cirurgias, mais 11% do que no período homólogo do ano anterior. Sem deixar de reconhecer que temos muitas dificuldades por superar, significa que a mediana do tempo de espera dos doentes inscritos baixou de 2,9 para 2,8 meses, apesar do aumento de 14% de entradas de doentes inscritos para cirurgia. O serviço está melhor e está a produzir mais graças aos profissionais do SNS", especifica o governante no debate em plenário, ressalvando que, apesar do esforço dos profissionais de saúde, continua a haver doentes operados para além do tempo mínimo de resposta garantido, previsto na lei.
"73% dos operados foram operados dentro do tempo médio garantido na lei. A minha atenção tem que ser para os 27% que ultrapassaram esse tempo, mas o tempo médio está a diminuir. Nas cirurgias para doentes oncológicos, o aumento foi de 9% e a mediana passou de 37 para 36 dias. A melhoria é feita de forma incremental e cuidadosa", frisa Pizarro.
Mais partos no público do que em todo o ano nos privados
O ministro da Saúde sublinha, ainda, que os hospitais públicos fizeram, até agora, mais 711 partos do que no ano anterior, correspondendo a um total de 26 339 partos. Aliás, "a meio de março, o SNS já fez mais partos do que o privado em 2022", lança, em resposta às críticas da Iniciativa Liberal sobre a assistência à grávidas, em particular na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Pizarro entende que, para os liberais, o privado é a "panaceia" que tudo vai resolver. "No SNS, não escolhemos a condição social das pessoas para as tratar" e também não "as transferimos para outro hospital quando acaba o cartão de seguro. Eu tinha muita vergonha, muito vergonha se um hospital do SNS tivesse 70, 80, 90 e 100% de partos por cesariana, tema que a IL oculta do debate político como se não existisse. É a prova de que o interesse económico, muita vezes, suplanta o cuidado e o interesse dos doentes".
Quanto às contas do SNS até maio deste ano, os pagamentos em atraso reduziram-se em 154,5 milhões de euros e a dívida vencida a fornecedores baixou em 199 milhões de euros. "O valor total da dívida reduziu em 166 milhões de euros. Estamos a produzir mais, a fazer mais consultas e cirurgias num tempo menor".