Martín Anselmi foi apresentado como o novo treinador do F. C. Porto, esta segunda-feira. Aos jornalistas, antes de apontar os planos que tem para a equipa portista, o treinador abordou a saída do Cruz Azul.
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"Obrigado presidente pela palavra, por nos escolher e confiar e dar-nos esta enorme responsabilidade. Adeptos fizeram-me sentir o apoio, quando começarmos a trabalhar com o plantel vamos começar a construir uma equipa que dignifique os portistas. Aqui se respira algo que eu trabalhei toda a minha vida, essa paixão e cultura pelo trabalho. Respira-se a essência das pessoas do Porto e das conquistas. Conheço o Porto desde pequeno, passaram muitos jogadores argentinos como Beluschi por isso as sensações são muito boas. A vibração do estádio fez-me sentir onde estou.", começou por dizer Martín Anselmi, antes de abordar a saída do Cruz Azul.
"É difícil começar uma nova etapa sem antes fechar a etapa anterior [Cruz Azul]. Continuo um adepto deles, conhecem a relação que construímos, uma conexão que levarei comigo para sempre e foi maravilhoso. Em cada uma das coisas que vivemos fui honesto, falei com a verdade. Eu e a equipa técnica demos tudo pelo clube, nada do que foi dito estes dias é verdade. Não acreditem no que dizem. Tomei uma decisão melhor para o meu crescimento profissional. Negociaram, chegaram a um acordo, e aceitaram uma proposta, quando tudo estava feito para oficialização, mudaram tudo. Cruz Azul sabe que solicitei uma conferência de imprensa para me despedir, no México. A minha família teve de sair do México de forma repentina, felizmente o F. C. Porto deu-nos todas as condições precisas", acrescentou, sobre a saída do Cruz Azul.
Fechando o capítulo sobre o antigo clube, o treinador não quis fazer um diagnóstico sobre o plantel. "Futebolistas são um contexto. Para vestir as cores do F. C. Porto significa que estás pronto para jogar. Os contextos melhoram ou pioram os jogadores, a partir dos nossos contextos vamos perceber no que melhor encaixam, queremos dar as ferramentas para que se tornem melhores futebolistas. Diagnóstico de plantel seria imprudente, porque as sensações surgem com o trabalho", disse.
O técnico ainda abordou as ideias táticas, nomeadamente a preferência por um sistema de três defesas centrais. "Acreditamos futebol vantagens, ocupamos posições, podemos construir com três mas se surge um médio a recuar já temos quatro. Os sistemas não se encaixam, para atacar ter um sistema rígido não favorece, então ofensivamente temos um sistema que se compõe e descompõe, mas também depende do adversário. Ser flexível é importante. O adversário diz como vamos atacar pela forma como defende. Para defender sim, jogamos com uma linha de três, mas não quero deixar nada fechado, devemos transformar-mos e construir e desconstruir constantemente. Não gosto de trabalhar individualmente com os jogadores. Gosto que eles opinem, troquem ideias e partilhem soluções. ", explicou.
O argentino admitiu que "demorou umas horas" a aceitar o F. C. Porto e mostrou a intenção de construir uma equipa competitiva. "Começar com a época já a decorrer não é o melhor contexto mas é o que é, temos que trabalhar. Construir uma equipa competitiva. Vamos tentar passar aos jogadores a nossa ideia. F. C. Porto tem de estar sempre acima, não somos magos mas sim treinadores. É preciso tempo, mas a certeza é que temos de crescer, há sempre margem para ser melhor".