"Queria acreditar que estava viva". Começou julgamento de assassinos de Marielle Franco
Começou quarta-feira no 4.º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro o julgamento do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018. O Ministério Público quer a condenação dos dois réus confessos, Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa, a uma pena máxima de 84 anos de prisão.
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No primeiro dia do julgamento, a única sobrevivente do carro onde estava Marielle, Fernanda Chaves, relatou os momentos antes e logo após a emboscada. A assessora da vereadora do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) descreveu cansaço após um dia cheio de compromissos. A política sentou-se no banco de trás do veículo, assim como Fernanda, que se abaixou depois de ouvir uma rajada de tiros.
"Num ato de reflexo, eu me enrolei e me enfiei no banco de trás do Anderson. Eu pude perceber que o carro continuava em movimento. A Marielle não disse absolutamente nada. Eu percebi que o Anderson esboçou dor, ele falou ‘ai’, mas não foi alto, foi um suspiro. Eu notei os braços do Anderson soltarem do volante, e a Marielle estava imóvel. Senti o braço dela em cima de mim, o peso do corpo dela em cima de mim", relatou Fernanda, citada pelo jornal "Correio Braziliense".