Desde o arranque do ano letivo que as sextas-feiras são dia de greve dos não docentes. Amanhã será a segunda e pode voltar a fechar escolas ou serviços do Pré-Escolar ao Ensino Superior.
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O protesto de amanhã foi convocado pelo Sindicato Independente dos Trabalhadores de Organismos Públicos e Apoio Social (SITOPAS) e abrange assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos especializados que trabalham em estabebecimentos do ensino Básico ao Superior.
Pedro Silva, da direção do SITOPAS, acredita numa "grande adesão amanhã" por os "trabalhadores estarem extremamente revoltados".
Entre as principais reivindicações, reclamam aumentos salariais, a redução da idade de reforma para os 62 anos e 36 anos de descontos, a exclusividade de funções nas escolas sem transferências para outros serviços das autarquias durante as pausas letivas, a reposição dos 25 dias de férias, a criação de uma carreira especial e a inscrição de todos os trabalhadores na Caixa Geral de Aposentações. E pedem ao Governo para "pressionar os municípios" a acabarem com os contratos precários.
A revisão do rácio que define o número de funcionários por escola é outra "luta". As autarquias, garante Pedro Silva, cumprem o mínimo que fica muito aquém das necessidades das escolas. Além disso, o número de precários a recibo verde está a aumentar. O dirigente estima que nas escolas trabalhem entre 30 a 40 mil funcionários com vínculos precários (10 a 20% da classe de cerca de 400 mil trabalhadores).
O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, também defende a revisão do rácio de funcionários, agora sob tutela das autarquias.
"As escolas mudaram muito nos últimos anos. Temos mais alunos, precisamos de mais funcionários", frisa Filinto Lima, alertando que a revisão vai implicar o reforço do envelope financeiro para as autarquias.
O presidente da ANDAEP espera um protesto similar ao da semana passada que pode fechar algumas escolas pelo país. No dia 4 de outubro, será a terceira sexta-feira de greve dos não docentes. Um protesto convocado pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) que Filinto Lima acredita terá uma adesão superior, que pode fechar "muitas" escolas, especialmente do 1.º ciclo.