Ajuda dos EUA à Ucrânia durará "alguns meses" sem novo financiamento do Congresso
Os Estados Unidos poderão continuar a sua assistência à Ucrânia apenas por "mais alguns meses" se o Congresso norte-americano não votar a favor de um novo financiamento, disse hoje um porta-voz da Casa Branca.
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John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, disse que a duração exata dependerá das necessidades dos militares ucranianos e do que está a acontecer "no campo de batalha" à medida que o inverno se aproxima.
Face a esse impasse, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confia que o Congresso continuará a aprovar a ajuda à Ucrânia, esperando um consenso entre Republicanos e Democratas.
"Não importa o que aconteça na Câmara dos Representantes, toda a liderança da referida Câmara apoia a continuação da ajuda à Ucrânia, e a grande maioria dos membros Republicanos é a favor", disse Kirby.
O porta-voz acrescentou que aqueles que são contra a manutenção deste apoio são uma "minoria pequena e ruidosa" de representantes Republicanos que "não representam o seu partido ou a sua liderança".
Além disso, Kirby garantiu que "nenhum dos líderes internacionais" com quem Biden conversou hoje demonstrou preocupação com a continuidade do apoio à Ucrânia por parte dos Estados Unidos, porque "compreendem o que está a acontecer no Capitólio", com uma "minoria de extremistas Republicanos" a bloquear a ajuda.
Kirby fez estas declarações após Biden ter falado com vários líderes internacionais e se ter comprometido a manter a ajuda à Ucrânia, neste dia em que a manutenção do Republicano Kevin McCarthy como presidente da Câmara dos Representantes está em suspenso, enquanto enfrenta uma moção de destituição apresentada pelo congressista ultraconservador Matt Gaetz.
Biden voltou a assegurar o seu compromisso com a Ucrânia nas ligações que manteve com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel; o chanceler alemão, Olaf Scholz; e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
Também conversou com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak; com o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg; com o Presidente polaco, Andrzej Duda, e com a ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna.
John Kirby rejeitou ainda os dados de algumas sondagens que asseguram que a maioria dos norte-americanos deixou de apoiar a continuidade da ajuda a Kiev, e está convencido de que os cidadãos sabem "o que está em jogo: a soberania de um país, a sua independência", e também entendem que isso ultrapassa as fronteiras ucranianas.