Hospital de São João vai tratar depressão resistente com substância psicadélica
Toma de cetamina em doses pequenas tem efeitos antidepressivos robustos e mais rápidos. Tratamento existe no SNS e no privado, mas não serve a todos.
Corpo do artigo
Há mais um hospital público que vai iniciar, até setembro, o tratamento com cetamina, o "psicadélico atípico" que está a ser usado em doentes com depressão resistente. O São João, no Porto, junta-se a uma lista de unidades do SNS e do privado que administram o fármaco nos serviços de psiquiatria. Existe evidência científica que demonstra que a cetamina pode ter um "efeito antidepressivo". Mas, há barreiras a ultrapassar: o estigma sobre aos psicadélicos, a falta de regulamentação e a consciência de que não é uma solução para todos.
"A partir dos anos 90, começou a verificar-se que a cetamina poderia ter propriedades antidepressivas. Porém, na altura, nunca foi muito bem estudado", diz Pedro Sousa Martins. O médico psiquiatra começou a trabalhar no Hospital de São João em agosto de 2022. Passados uns meses, submeteu um protocolo às comissões de ética e de farmácia, com o objetivo de iniciar o tratamento da depressão resistente com este "psicadélico atípico" no hospital do Porto.