Rui Rocha defendeu, esta quarta-feira, um cheque-creche de 480 euros como "linha de exigência" de que não prescinde num eventual acordo com a AD, para que as famílias possam escolher a creche que preferem, seja pública, social ou privada, e o concelho. A IL propõe ainda uma "via verde de licenciamento" para mais vagas.
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"Queremos um país reconciliado com os jovens, neste caso com as jovens famílias. E aquilo que propomos para que possam fazer vida e construir futuro em Portugal é o cheque-creche no valor de 480 euros por mês, são 5760 euros por ano", permitindo às famílias "desde cedo construir o futuro educativo dos seus filhos", defendeu o líder da Iniciativa Liberal (IL) num infantário da associação Feijoeiro Mágico, em Alfena, concelho de Valongo.
O presidente da IL ressalvou, porém, que este cheque-creche "não implica mais custos" do Orçamento do Estado.
"Esta é uma linha da qual eu não prescindo mesmo", assegurou aos jornalistas, questionado sobre as exigências que coloca em cima da mesa.
Em defesa da medida que incluiu no seu programa eleitoral, explicou que "isto traz uma alteração fundamental relativamente à situação que existe hoje". "Existe um programa que é o Creche Feliz, que promete creche gratuita para as crianças portuguesas, mas que não funciona", criticou o presidente da IL. Devido à burocracia, às limitações e ausências de vaga, diz que "é mais um programa infeliz que causa mais problemas às famílias do que aquilo que resolve".
"O nosso cheque-creche é fundamental para que sejam as famílias a decidir onde querem ter as suas crianças, seja numa instituição pública, social ou privada, seja perto de casa ou junto do emprego. E nada disto acontece", lamentou, criticando a atual limitação "ao concelho onde vivem ou aos concelhos limítrofes", que impede por exemplo uma família de Espinho de escolher uma creche no Porto onde trabalham. "São as famílias que devem saber, não é o Estado que tem de impor isso".
Para liberdade de escolha das famílias, disse ainda que este modelo que propõe "permite aumentar a oferta de vagas porque, adicionalmente", a IL propõe "uma via verde licenciamento".
"Quando passam a ser as famílias a escolher isso incentiva as instituições a melhorarem e a apostarem nos seus serviços", argumentou também Rui Rocha, considerando ser esta "uma mudança estrutural".
Rui Rocha foi também instado a comentar a assinatura por mais de uma centena de profissionais de saúde de um manifesto de apoio à AD e referiu que "a visão do PSD para a saúde é uma visão de remendos". Defendeu que não há "mais tempo para estar com remendos", pedindo uma "mudança estrutural".