Espanhol preso por ataque em Castelo de Vide tem cadastro por duplo homicídio e violação
Manuel Martinez Quintas, conhecido em Zamora, Espanha, como El Quintas, de 74 anos, que tentou violar e matar duas raparigas junto da Albufeira da Barragem da Póvoa e Meadas, em Castelo de Vide, é conhecido das autoridades por ter matado um casal, em 1983, e por ter violado uma mulher, em 1997.
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Segundo a comunicação social espanhola, no caso da Ilha de Las Pallas abordou um jovem casal, de 18 e 19 anos, que estudava a fauna do rio Douro. Escondido com uma balaclava e armado, Quintas intimidou-os com uma espingarda para os assaltar, amarrar e amordaçar. Depois, acabou com as suas vidas. Atirou a jovem ao rio e impediu-a de sair, até ela se afogar; ao homem, espancou-o, enterrando-o ainda com vida.
Em tribunal, relataram os jornais espanhóis à época, El Quintas confessou os factos com bastante frieza, tendo sido condenado a 76 anos de prisão. Mas, beneficiando de uma reforma do Código Penal espanhol, cumpriu apenas 13 anos e saiu da prisão em 16 de dezembro de 1996.
No ano seguinte, em 1 de outubro de 1997, quando estava em liberdade condicional, violou uma mulher de 30 anos, sua vizinha, outra vez nas margens do Rio Douro, na localidade de Los Pisones, em Zamora. A vítima estava a tomar banhos de sol junto ao rio, tendo-lhe sido apontada uma arma. Foi violada várias vezes ao longo de cerca de três horas. Desta vez, El Quintas foi condenado a 27 anos de prisão. Cumpriu 20, saindo em liberdade em 2017.
Quando foi libertado, o espanhol ficou proibido de, durante cinco anos, entrar e residir em Zamora. Atravessou então a fronteira e veio a instalar-se em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre. Na terça-feira à noite, já perto da 24 horas, atacou duas jovens, de 17 e 22 anos e ambas oriundas de Nisa, junto à Barragem da Póvoa e Meadas, onde vivia há pelo menos cinco anos.
Quando os militares da GNR chegaram ao local – foram alertados porque uma das vítimas mandou uma mensagem escrita a um primo a falar de um homem armado e depois não atendeu o telefone -, encontraram as duas mulheres com ferimentos de arma de fogo, manietadas (uma delas com abraçadeiras de plástico) e despidas da cintura para baixo.
O suspeito, que ainda fugiu mas foi localizado nas águas da barragem, estava em roupa interior.
Depois de detido pela GNR, o espanhol foi ouvido por um juiz, que o pôs em prisão preventiva, tendo sido levado para o Estabelecimento Prisional de Elvas. De acordo com a Lusa, que cita uma fonte da PJ, o suspeito está indiciado de um total de sete crimes.
Dois deles são por homicídio na forma tentada com recurso a arma de fogo, e outros dois são por sequestro e rapto consumado. O suspeito está ainda indiciado de dois crimes de natureza sexual e um crime de posse de arma proibida.
Segundo disse à agência Lusa o porta-voz da Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo, Ilídio Pinto Cardoso, as duas vítimas começaram por ser transportadas para o Hospital de Portalegre. Aqui, acrescentou, “foram observadas, fizeram exames, foram estabilizadas do ponto de vista clínico”, e, a seguir, foram “transportadas de ambulância, com caráter de urgência, para o Hospital de São José”.
"A jovem de 17 anos foi para a cirurgia plástica e a de 22 foi para ortopedia", revelou ainda o responsável.
Uma das vítimas vive em Nisa e a outra estuda e reside em Lisboa.