Estreia hoje “F1: o filme”, um dos projetos mais caros de sempre, com um custo de 250 milhões de dólares.
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Os fãs das corridas de Fórmula 1 há muito que estariam à espera da chegada às salas de “F1: o filme”. A boa notícia é que, mesmo os que se aborrecem a ver uma corrida na televisão, têm todos os condimentos para se apaixonar pelo filme. A começar pela personagem do herói romântico que nos propõe, feita à medida de uma das estrelas galácticas do cinema de hoje, Brad Pitt.
O filme entra também para a lista dos mais caros de sempre, com um orçamento brutal de 250 milhões de dólares, 30 dos quais para a conta bancária de Brad Pitt, que lhe juntará ainda mais uns trocos pelo facto de a sua Plan B Entertainment ser uma das produtoras.
Ao contrário de muitos “blockbusters”, inundados de efeitos especiais, “F1: o filme” tem uma história para contar. Do ponto de vista dramático está tudo no sítio e mostra que a tradição dos clássicos ainda é o que era. O filme tem um herói com um passado para resolver, uma história romântica impossível, a ligação entre um novato e o seu mentor e um vilão de colarinho branco, adequado aos nossos dias.
Nesse sentido, é um western, com os cavalos a serem substituídos pelos bólides. E tem um final que vai colar qualquer espectador à cadeira, com um climax emocional a que só mesmo os empedernidos poderão ficar indiferentes.
A produção é de Jerry Bruckheimer, gerador de milhares de milhões de receitas de bilheteira; a realização é de Joseph Kosinski, autor de “Top Gun: Maverick”, e a música foi composta por Hans Zimmer, vencedor de dois Oscars.
Não admirará também que, na lista dos produtores, apareça Lewis Hamilton, sete vezes vencedor do campeonato do mundo de pilotos de Fórmula 1. O filme, afinal, não poderia ser produzido sem o apoio oficial da FIA, a entidade que regula a competição, nem das principais equipas e pilotos da modalidade.
Elogios de Tom Cruise
E depois há Brad Pitt. Sem minimizar a qualidade do trabalho de Javier Bardem ou Damson Idris, Pitt está como “peixe na água” no mundo das corridas, ele que é um fanático dos automóveis e um piloto respeitado.
Na estreia mundial do filme, Brad Pitt e Tom Cruise foram fotografados ao lado um do outro pela primeira vez ao fim de duas décadas e meia. Tendo trabalhado juntos no já clássico “Entrevista com o vampiro”, a rivalidade pelo posto de astro mais amado do mundo dos filmes levou-os a afastarem-se e a nunca mais se encontrarem num filme.
Curiosamente, Joseph Kosinski dirigiu Cruise em “Top Gun: Maverick” e agora Pitt em “F1: o filme”, projeto que viu a luz do dia depois de décadas de avanços e recuos. E antes do encontro na passadeira vermelha, Cruise já elogiara as capacidades do rival enquanto piloto, e Brad Pitt assumia a admiração pela coragem do colega de profissão nas cenas arriscadíssimas que faz sem duplos. Mas com uma precisão. “Nunca porei o meu rabo em perigo como ele”, disse numa entrevista. Não foi necessário em “F1: o filme” está inteiramente de corpo e alma. E, nos seus 61 anos, há muito que não o víamos tão bem.