A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) considerou hoje, quarta-feira, que o presidente da Autoridade da Concorrência (AdC) lhe "deu razão" ao afirmar que os combustíveis vendidos nos hipermercados são "mais simples" que os de marca.
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"A ANAREC congratula-se por esta entidade vir a terreno dar razão às suas críticas", sustenta a associação em comunicado, afirmando que "Manuel Sebastião veio, finalmente, a público explicar de uma forma clara que os combustíveis à venda nos hipermercados são diferentes na sua composição".
Para o Presidente da ANAREC, Virgílio Constantino, "este poderá ser o primeiro passo para se começar a esclarecer, de facto e com a verdade, todos os consumidores sobre a existência de dois diferentes tipos de produtos à venda no mercado português, com qualidade e resultados muito diferentes".
"O combustível agora designado de 'produto mais simples' é um produto base, sem qualquer tipo de aditivo. Os combustíveis de marca incorporam aditivos que permitem a protecção do motor do veículo, um menor consumo de combustível e um maior respeito pelo meio ambiente, através do cumprimento de todas as directivas comunitárias aplicadas ao produto", sustenta.
Segundo acrescenta a ANAREC, entre os mais de 2.500 revendedores de combustíveis seus associados "existe ainda uma preocupação social, através da criação de várias centenas de postos de trabalho e da prestação de outros serviços para além do simples abastecimento", enquanto "os postos de abastecimento dos hipermercados se limitam a um atendimento impessoal, levado a cabo por um reduzido número de trabalhadores".
Num encontro com jornalistas, no passado dia 2, o presidente da AdC revelou, com base no boletim de acompanhamento trimestral do mercado daquela entidade, que os combustíveis vendidos nos postos de abastecimento dos hipermercados são cerca de 10 cêntimos mais baratos do que os vendidos pelas empresas petrolíferas, mas afirmou que "cumprem todos os requisitos legais".
Sem querer relançar a polémica gerada depois de a ANAREC ter vindo por em causa a qualidade dos combustíveis dos hipermercados, Manuel Sebastião garantiu, então, que todos os combustíveis vendidos cumprem os necessários requisitos técnicos, apontando a maior simplicidade do produto e os menores custos de distribuição nos postos dos hipermercados como justificações para a diferença de preços.