A população civil de Sirte, na Líbia, tem "dois dias" para abandonar a localidade, cercada pelos "combatentes revolucionários" há duas semanas, informou o presidente do Conselho Nacional de Transição.
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As tropas do novo poder líbio cercaram Sirte, um bastião favorável a Muammar Kadafi, o líder líbio deposto e cujo paradeiro é desconhecido.
"Os revolucionários na linha da frente de Sirte deram uma oportunidade de dois dias aos civis para abandonarem a cidade (...), a contar desde ontem [sexta-feira]. Esta oportunidade permite, sem dúvida, que muitos civis possam abandonar a zona", comunicou Mustafa Abdal Jalil, em conferência de imprensa em Benghazi.
Após duas semanas de ofensiva e cerco, os combatentes do Conselho Nacional de Transição (CNT, novo poder) continuam a enfrentar uma feroz resistência das forças leais a Muammar Kadafi em Sirte.
Segundo a France Press, as forças do CNT já controlam o porto e o aeroporto, mas ainda não conseguiram consolidar as suas posições no centro da cidade, onde persistem as emboscadas e os atiradores.
Sirte tem 70 mil habitantes, dos quais 18 mil já fugiram da cidade, segundo contas de terça-feira feitas pela Cruz Vermelha em Benghazi.
A agência Associated Press relata que "centenas de carros de residentes de Sirte formam longas filas nos controlos das forças líbias fora da cidade, esperando calmamente a inspecção dos combatentes, enquanto prosseguem as explosões à distância".
Os que estão a abandonar a cidade descrevem uma deterioração das condições, sem água nem luz e com falta de comida.
Em Bani Walid, outro bastião fiel a Kadafi, as tropas do CNT continuam confinados aos arrabaldes, sem conseguirem progredir, após um mês de combates que já causaram quatro dezenas de mortos nas suas fileiras.
"São zonas desertificadas onde o aprovisionamento é difícil. Os próprios combatentes têm falta de experiência e organização. Muitas munições foram gastas", especificou o o presidente do CNT, garantindo, porém, que "a situação nas linhas da frente é boa".