Um homem de 33 anos matou pelo menos cinco pessoas e feriu mais de cem, ontem, no centro de Liège, na Bélgica. Suicidou-se depois. A polícia negou tratar-se de um ataque terrorista. O homicida tinha um largo cadastro e terá actuado sozinho.
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O ataque aconteceu ao final da manhã, quando Nordine Amrani abriu fogo sobre uma paragem de autocarro na Praça Saint Lambert, no coração de Liège, cidade situada a cerca de cem quilómetros de Bruxelas.
Amrani disparou vários tiros de uma 'kalashnikov' e usou explosivos do tipo 'thunderflash', que causam muito ruído e labaredas. Entre as vítimas está uma mulher de 75 anos e dois jovens com 15 e 16 anos. Segundo o jornal "Le Soir", que cita fontes hospitalares, um bebé de 23 meses e um jovem de 20 anos não resistiram aos ferimentos.
"Nordine Amrani suicidou-se com uma bala na cabeça. O médico legista indicou que disparou uma bala na zona frontal. Não deixou qualquer mensagem para explicar o gesto", afirmou a procuradora de Liége, Daniele Reynders, durante uma conferência de imprensa.
O agressor, que cumpriu penas de prisão por posse ilegal de armas e devido ao tráfico de estupefacientes, também foi chamado a interrogatório pela polícia num caso de abuso sexual.
"O autor era bem conhecido dos serviços de polícia e de Justiça. Tinha sido condenado por actos relacionados com venda de armas, contrabando, tráfico de estupefacientes e atentados à moral", disse a procuradora.
A responsável negou qualquer relação entre o ataque e actos terroristas e adiantou que não há, até ao momento, qualquer suspeita sobre a motivação do crime. Sabe-se, no entanto, que Nordine Amrani tinha que apresentar-se ontem no Palácio de Justiça, situado na praça onde aconteceu a tragédia.
"Primeiro tirou uma granada da mala e depois começou a disparar uma 'kalashnikov'", disse uma testemunha à Imprensa belga. Segundo o dono de um café, a polícia actuou "de forma massiva e muito rápida". Num centro comercial, logo após a detonação do primeiro explosivo, a porta de segurança fechou-se e as luzes foram apagadas, garantindo a protecção de todas as pessoas no interior do espaço.
Os reis da Bélgica, Alberto II e Paola, presidiram a uma reunião de emergência, juntamente com o primeiro-ministro Elio Di Rupo, a ministra do Interior Joëlle Milquet e presidente da Câmara de Liège, Willy Demeyer. Este último responsável chegou a declarar que o ataque terá sido uma manobra de diversão para ajudar na fuga de um preso que estava a ser ouvido no Palácio da Justiça, mas a teoria não foi confirmada pela polícia.