Tumultos entre membros de partidos políticos e outros manifestantes marcam protestos no Brasil
Tumultos entre membros de partidos políticos e manifestantes sem partido marcaram o início de protestos, na sua maioria pacíficos, que reúnem milhares de pessoas em mais de 80 cidades do Brasil.
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Em São Paulo, representantes do Partido dos Trabalhadores, da presidente Dilma Rousseff e do presidente Fernando Haddad, participaram na manifestação, e foram hostilizados com gritos de "oportunista" e "sem partido".
Outros partidos políticos à esquerda do PT, como o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), foram criticados por estenderem as suas bandeiras. Uma manifestante apartidária e outra do PSTU chegaram a trocar agressões, segundo a imprensa brasileira.
No Rio de Janeiro, também os manifestantes que se dizem apartidários tentaram evitar que os partidos façam propaganda levantando as suas bandeiras durante os protestos.
O número de participantes foi revisto em alta e a Polícia Militar estima que pelo menos 300 mil pessoas estejam hoje à noite a ocupar as ruas do centro do Rio de Janeiro.
No nordeste do país, em Natal, uma bandeira do PT chegou a ser queimada, e manifestantes trocaram agressões.
O Movimento Passe Livre (MPL), principal líder dos protestos com reivindicações heterogéneas, diz ser apartidário, mas não antipartidário. Ou seja, não defende nenhuma bandeira, mas não é contra a sua participação nas manifestações.
As manifestações começaram no início de junho em São Paulo em protesto contra o aumento nos preços das passagens do transporte público.
Aos poucos, os protestos tomaram proporção nacional e na quarta-feira à noite as autoridades do Rio de Janeiro e de São Paulo anunciaram a revogação do aumento das tarifas.
Os protestos continuam hoje pedindo melhorias também nos setores de saúde e educação e exigindo o fim da corrupção.