Dois voluntários da AMI, de férias nas Filipinas, Sofia Costa e Tiago Swart, ofereceram-se para ajudar quando souberam da devastação provocada pela passagem do tufão Haiyan e que lançou o caos no país.
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A viagem de Sofia Costa e Tiago Swart, voluntários da Assistência Médica Internacional (AMI), até à ilha de Leyte, nas Filipinas, durou demasiado tempo para quem quer ajudar.
Só na ilha de Surigao, esperaram 12 horas para embarcar, rumo à zona mais afetada pelos ventos superiores a 320 km/h do tufão Haiyan.
"Estamos cientes de que as condições são muito más", disse, ao JN, Tiago Swart, quando estava no barco, na companhia de bombeiros e associações humanitárias locais. "Já temos boleia garantida na ilha. Vamos chegar ainda hoje, terça-feira, já muito tarde, mas o importante é chegar", contou Sofia Costa, na última vez em que conseguiu falar ao JN, cerca das 20 horas locais, meio-dia em Portugal, já com o barco pronto a zarpar.
Tiago, professor de Educação Física, e Sofia, colaboradora de uma Organização Não-Governamental, estavam de férias nas Filipinas. À partida de Portugal deram conta à AMI da vontade de ajudar. Tinham em mente estabelecer bases para uma presença na região. "Não estávamos à espera disto, mas assim que soubemos oferecemo-nos logo para ajudar", disseram.
"Vamos fazer trabalho de logística. Temos um fundo de maneio e a nossa força de trabalho", disse Tiago Swart. "O nosso maior apoio é ao nível alimentar. Assim que chegarmos, vamos procurar um parceiro que esteja no terreno e tenha condições para fazer essa distribuição de forma organizada", acrescentou.
Comida e 35 litros de água
Segundo os relatos das agências internacionais, na zona mais afetada da ilha os sobreviventes pilham o que resta de casas e revistam cadáveres para não morrerem de fome.
"Nunca estivemos em situação de catástrofe, mas sabemos que não ter comida ou água faz parte do dia-a-dia das missões de voluntariado", disse Tiago Swart. "Estamos mais preocupados com a dificuldades em encontrar um parceiro no terreno e começar a trabalhar", disse.
Levam mantimentos para três ou quatro dias, à base de enlatados, biscoitos e comidas instantâneas. E 35 litros de água.