O presidente russo, Vladimir Putin, deve "obter" dos separatistas pró-russos um acesso "livre e total" à zona da queda do avião da Malaysia Airlines, exigiram este domingo o presidente francês, a chanceler alemã e o primeiro-ministro britânico.
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"Acordámos exigir hoje a Putin que obtenha dos separatistas ucranianos um acesso livre e total dos socorristas e dos investigadores à zona da catástrofe do voo MH-17 para cumprirem a sua missão", disse o presidente francês, François Hollande, em comunicado, após conversações telefónicas com Angela Merkel e David Cameron.
"Se a Rússia não tomar as medidas necessárias imediatamente, serão tiradas consequências pela União Europeia por ocasião do Conselho de Negócios Estrangeiros, na terça-feira", alertaram os governantes através do comunicado do Eliseu.
Na nota, os chefes de Estado francês e alemã e o primeiro-ministro britânico consideram ainda que a Rússia "deve compreender que a resolução da crise ucraniana é agora mais do que nunca um imperativo, depois desta tragédia que abalou o mundo inteiro".
Na sexta-feira e no sábado, os cerca de trinta inspetores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), a primeira equipa internacional que chegou ao local, tiveram apenas "um acesso limitado" ao local onde estão os destroços, que se estende por vários quilómetros, onde estão espalhados livros, jogos infantis e passaportes, entre outros pertences dos passageiros.
O Boeing 777 da Malaysia Airlines, que fazia a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur sob o número MH17, caiu na quinta-feira na região leste da Ucrânia com 298 pessoas a bordo, depois de, alegadamente, ter sido atingido por um míssil que a comunidade internacional diz ter sido disparado pelos rebeldes pró-russos.
A Rússia exigiu hoje da Ucrânia respostas sobre o abate do avião da Malaysia Airlines, numa zona controlada pelos separatistas ucranianos pró-russos, acusando o Governo de Kiev de ser o responsável.
O "Boeing-777" perdeu na quinta-feira a comunicação com terra na região oriental de Donetsk - perto da cidade de Shaktarsk -, palco de combates entre forças governamentais ucranianas e rebeldes pró-russos, e vitimou todas as 298 pessoas que seguiam a bordo, chocando o mundo e provocando fortes trocas de acusações entre Moscovo e Kiev.
Por seu lado, o Governo ucraniano acusou também hoje os rebeldes pró-russos, suspeitos de terem abatido o avião da companhia da malásia, de "procurarem destruir, com o apoio da Rússia, as provas deste crime internacional".