A UGT e a CGTP lamentaram, quarta-feira, a decisão do Governo de pedir apoio financeiro internacional e consideraram que isso resultou da pressão exercida pela banca sobre o executivo socialista.
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O primeiro-ministro demissionário anunciou hoje que o Governo português fez um pedido de assistência financeira à Comissão Europeia para garantir as condições de financiamento do país, decisão que adiantou ter sido comunicada ao Presidente da República.
O secretário-geral da UGT, João Proença, lamentou a decisão do Governo e considerou "deplorável a pressão exercida pelo poder financeiro sobre o poder político".
O sindicalista considerou falso o argumento usado pela banca de que tem problemas porque tem que financiar o Estado quando "a banca é que tem usado o Estado para aumentar imenso os seus lucros".
Proença considerou que a decisão do Governo demissionário "traz graves prejuízos para a população portuguesas em geral e em particular para os mais desfavorecidos".
"Apelo, por isso, aos políticos para que não cedam às exigências do FMI", disse João Proença à agência Lusa.
O secretário geral da CGTP também criticou a decisão governamental e a influência exercida pela banca.
"Esta decisão mostra que quem manda no país são os grupos financeiros, que fazem as chantagens que entendem. Mas o Presidente da República, o Governo e os partidos do arco do poder submetem-se às determinações do poder financeiro e da agiotagem internacional", disse à agência Lusa Manuel Carvalho da Silva.
O sindicalista considerou que estão a ser tomadas medidas que têm "repercussões muito graves" na vida dos portugueses, sem qualquer tipo de debate prévio, "o que não pode acontecer em democracia".
Carvalho da Silva defendeu que se houver intervenção do FMI em Portugal, esta deve ser acompanhada de perto pela Organização Internacional do Trabalho.