O secretário-geral do PCP insistiu, na audiência com Cavaco Silva, que existem condições políticas para dar posse ao Governo do PS, sublinhando que esse executivo constituirá "uma solução duradoura na perspetiva da legislatura".
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"Reafirmámos que estão criadas as condições políticas e institucionais para que o Presidente da República dê posse ao Governo do PS, que tem condições para apresentar o seu programa na Assembleia da República e entrar em funções adotando uma política com uma solução duradoura na perspetiva da legislatura", afirmou o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República.
Contrapondo o Governo de coligação PSD/CDS-PP, que viu o seu programa rejeitado na Assembleia da República porque "não oferecia condições de governabilidade, de estabilidade e de durabilidade", Jerónimo de Sousa insistiu que um executivo liderado pelo PS poderá apresentar o seu programa e entrar em funções "na perspetiva de uma solução duradoura".
"Existem condições diferentes para que o PS avance, forme Governo e entre em funções", vincou.
Questionado se o chefe de Estado pediu ao PCP mais garantias, nomeadamente no que diz respeito aos compromissos europeus, Jerónimo de Sousa confessou-se "tentado a dizer que não".
"Quase seria tentado a dizer que não, mas como sabe dentro dos compromissos formais que existem solicito que perguntem ao senhor Presidente da República, porque ele é que pode falar por ele", disse.
O Presidente da República está a ouvir os sete partidos com assento parlamentar, 10 dias depois da aprovação de uma moção de rejeição ao programa do Governo. A aprovação do documento, com o voto de toda a oposição parlamentar, implicou a demissão do executivo de coligação PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho.
Durante a manhã, o chefe de Estado ouviu o PSD, o PS, o BE e o CDS-PP. À tarde, além do PCP, Cavaco Silva irá receber o partido ecologista Os Verdes e o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN).