O primeiro-ministro em exercício, Pedro Passos Coelho, disse, esta sexta-feira, que "cabe ao PS constituir uma solução de Governo estável, credível e duradoura, que ainda não tem", uma vez que não é possível marcar eleições antecipadas.
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"Cabe ao PS construir uma solução de Governo que corresponda àquilo que o próprio PS disse que era indispensável e sem o que não derrubaria o Governo que saiu das eleições, ter uma maioria estável duradoura e credível que ainda não tem", afirmou o presidente do PSD e primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, numa declaração sem direito a perguntas, à saída de uma audiência com o Presidente da República.
Acompanhado pelos dirigentes sociais-democratas Marco António Costa, Luís Montenegro, Jorge Moreira da Silva e José Matos Rosa, o líder do PSD começou a declaração por lembrar a forma "irresponsável" como "um governo legítimo, que foi escolhido pelos portugueses nas eleições foi derrubado no parlamento".
Ressalvando que se as circunstâncias constitucionais o permitissem o PSD defenderia a convocação de eleições antecipadas, Passos Coelho defendeu que, "uma vez que essa possibilidade está vedada",a solução está nas mãos de António Costa. "Cabe ao PS constituir uma solução de Governo estável, credível e duradoura, que ainda não tem", disse o primeiro-ministro em exercício, mostrando dúvidas de que tal seja possível.
Sublinhando que o PSD não vê nas posições que foram assumidas pelos partidos de esquerda "uma solução que tenha estas características", Passos Coelho acusou os socialistas de quererem substituir um Governo de maioria relativa que os portugueses escolheram nas eleições, por "um Governo de minoria socialista apoiado por outros partidos mais radicais".
"O PS não tem a garantia que o seu próximo Orçamento do Estado possa ser aprovado por essas forças políticas e não tem garantias que a participação de Portugal, decisiva como estado de pleno direito membro da União Europeia, possa continuar a respeitar aquilo que são as regras europeias", disse.
E, continuou, uma vez o PS não poderá depois voltar-se para os partidos que derrubou no parlamento, isso dá-lhe uma "responsabilidade acrescida", porque "não pode com certeza acreditar que os partidos mais à esquerda parlamentar que se têm mostrado sempre antieuropeus e antiatlântistas sejam o suporte de um Governo estável, duradouro e credível como o país precisa".
Na declaração, o líder do PSD frisou ainda o facto do país estar num caminho de recuperação económica e de recuperação de emprego, "que depende estritamente nesta fase da confiança que os investidores possam ter em Portugal".
"É agora ao PS que cabe, uma vez que derrubou o Governo no parlamento encontrar uma solução política que vá ao encontro destas necessidades que o país tem", vincou.