António Marinho e Pinto qualificou a sua eleição ao Parlamento Europeu como uma "vitória da humildade, da combatividade e da persistência" e anunciou o apoio a Schulz numa eventual segunda volta no sufrágio para presidente da Comissão Europeia.
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"Esta é uma vitória de pessoas que têm ideais, que não desanimam, mesmo quando ficam exaustas", afirmou o cabeça de lista do MPT-Partido da Terra, recusando o rótulo de populista e contrapondo que durante a campanha fez nomeadamente a "pedagogia da liberdade, da justiça, e da Europa, reivindicando mais integração e mais coesão e que tenha a pessoa humana no centro das suas preocupações".
Garantindo que vai acolher o local que lhe destinarem para se sentar no Parlamento Europeu, Marinho e Pinto referiu que a família do seu partido é a ambientalista, mas que será o candidato socialista, Martin Schulz, que contará com o seu apoio numa eventual segunda volta de eleição para o dirigente da comissão.
"Iremos reforçar a família ambientalista. Mas no caso de uma segunda volta na eleição do presidente da Comissão Europeia, entre o senhor Martin Schulz e o senhor Jean Claude Juncker, apesar de todo o respeito que eu nutro pelo senhor Juncker, votaremos incondicionalmente ao lado do senhor Schulz", declarou.
Questionado sobre se irá concorrer às legislativas do próximo ano, Marinho e Pinto afirmou que os "próximos combates" ainda necessitam de "ponderação", mas não afastou qualquer possibilidade.
"Não posso afastar, uma vez que estamos a falar de política, nada sai da mesa, mas também nada se pode garantir agora", afirmou aos seus apoiantes, que lotavam a sede da candidatura, na Avenida de Roma, recusando que tenha recebido apenas os votos de protesto.
Esses votos foram daqueles que "ficaram em casa e não votaram e que devem ser trazidos à democracia", argumentou o novo eurodeputado e relatou que foi sua a decisão de concorrer pelo MPT, que sendo "pequeno, é um partido honrado, digno e com quem dá gosto trabalhar" e com "pessoas com ideais".
O futuro deputado do Parlamento Europeu admitiu que a notoriedade mediática o possa ter ajudado na eleição.
"Posso em parte ter beneficiado dessa notoriedade porque durante seis anos foi bastonário da Ordem dos Advogados, mas não é isso que elege candidatos, quem os elege é a confiança que as pessoas têm na coerência do seu discurso e sobretudo pelos valores e pelas propostas que faz", notou.
No Parlamento Europeu vai "procurar dizer sempre a verdade, trazer sempre a transparência à política, trazer mais honestidade à política, e que as pessoas estejam sempre no centro da política".
No seu discurso de vitória, Marinho e Pinto depois de dirigir as "saudações democráticas ao vencedor -- o PS e o seu secretário-geral António José Seguro - dedicou a sua eleição a "um casal de jovens portugueses que emigrou para o Brasil".
"Ela voltou, com uma criança ao colo. Era a minha mãe, com ela vivi até ao final da sua vida. O meu pai não voltou. Quero dedicar esta vitória que emigrou há três anos para o estrangeiro: a minha filha Marisa, o meu genro Ricardo e os meus três netos. Quero dedicar esta vitória a todos os jovens que foram obrigados a sair de Portugal", declarou.