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Preço das bicicletas não baixou em todas as lojas apesar da descida do IVA

Preço das bicicletas não baixou em todas as lojas apesar da descida do IVA Paulo Spranger /Global Imagens

IVA desceu de 23 para 6% este ano. O JN comparou valores entre dezembro e janeiro e detetou que a Sport Zone não atualizou o preçário.

O IVA cobrado na compra de bicicletas baixou de 23 para 6% no início deste ano, mas há lojas onde os preços ao consumidor final ainda não refletem a descida do imposto. O JN comparou os preços de 18 bicicletas nas plataformas online de três lojas entre dezembro de 2022 e janeiro deste ano. Numa das marcas, os valores ainda não refletiam a baixa do IVA. Também a Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi) denunciou, em comunicado, ter "recebido e acompanhado queixas sobre marcas e outlets" que não atualizaram os preços.

O levantamento feito pelo JN incidiu na Decathlon, na Bike Zone e na Sport Zone. Nesta última, ontem à tarde, os preços das bicicletas mantinham-se iguais quando comparados com os do ano passado. Nas restantes duas marcas, a 6 de janeiro, os preços já refletiam a descida do imposto nos modelos registados pelo JN.

Recordando que o decreto-lei entrou em vigor "apenas no dia 30", a Sport Zone explicou ao JN que, "por motivos operacionais e processuais internos, infelizmente, ainda não foi possível efetuar a baixa de preço correspondente à redução do IVA nesta família de produto". No entanto, garante, "o PVP irá refletir a descida do IVA a favor do consumidor". "O nosso objetivo é poder ter as alterações efetivas ao longo dos próximos dias e, desta forma, poder dar aos nossos clientes a oportunidade de tirar proveito desta medida muito positiva para o setor", assegura a empresa.

A MUBi revelou, em comunicado, ter "recebido e acompanhado queixas sobre marcas e outlets" que ainda não atualizaram os preços. E apelou para que o façam "imediatamente". "Se e enquanto não o fizerem estão a subverter o princípio de promoção de um modo de transporte saudável e ecológico, que levou o Parlamento português a aprovar a medida", criticou a associação.

Aos potenciais compradores, a MUBi recomenda que tentem comparar os preços atuais com os praticados no final de 2022. Em causa está a diminuição da taxa de IVA na aquisição de bicicletas, que entrou em vigor no início deste mês, no âmbito do Orçamento de Estado para 2023. De acordo com a Decathlon, a redução do IVA, que "foi amplamente divulgada pelos órgãos de Comunicação Social", refletiu-se nas vendas.

Clientes esperam por 2023

"Os clientes aguardaram pela chegada de 2023 para adquirir a sua bicicleta, nomeadamente os modelos citadinos elétricos e, em especial, a Cargo Bike, que passou de 2800 euros para 2399 euros", revelou a empresa, considerando a descida do imposto uma "medida fundamental e um benefício para o consumidor que procura cada vez mais soluções de mobilidade". É ainda, diz, "uma forma de fazer face à expectável subida do preço das matérias-primas".

Já a Sport Zone diz não ter sentido "ainda um aumento da procura", uma vez que "a alteração ainda é bastante recente e coincide com um momento do ano em que a venda de bicicletas tendencialmente é mais baixa". "Em março/abril, com a entrada da primavera e o período da Páscoa, poderemos ter já dados mais robustos e que nos permitam tirar conclusões do impacto desta medida", estimou.

Menos 13,8%

De acordo com as contas feitas pela MUBi, com a descida do IVA, "uma bicicleta deverá custar agora menos 13,8% relativamente ao preço de venda ao público em dezembro". "Uma bicicleta elétrica cujo preço era de 1500 euros, deverá custar agora 1293 euros", exemplifica.

Mais procurados

Segundo a Sport Zone, por norma, os modelos que têm mais procura em Portugal são as bicicletas de MTB tradicionais com preços entre os 200 e os 350 euros. A empresa aponta ainda que "tem vindo a aumentar a procura por modelos elétricos com preços a rondar os 1500 euros".

Marisa Silva