Desporto

Villas-Boas faz mea culpa e reitera críticas a Carlos Xistra

André Villas-Boas fez mea culpa. Depois de ter dito que ficou um penálti por assinalar no Vitória de Guimarães-F. C. Porto, que esteve na origem da sua expulsão, deu a mão à palmatória e reconheceu que o lance foi bem ajuizado. Mas não poupou críticas ao árbitro.

O lance suscitou polémica logo após o Guimarães-F. C. Porto, no qual os dragões empataram a um golo e perderam os primeiros pontos do campeonato. Rúben Micael salta com Alex na área e o técnico portista fica com a sensação de que o defesa vimaranense teria jogado a bola com a mão, influenciado por aquilo que os jogadores lhe transmitiram no campo.  Faz duras críticas no final do jogo, mas ontem retratou-se, depois de a TVI ter mostrado a jogada a partir de um novo ângulo, no qual não se vislumbra qualquer infracção do defesa vimaranense.

“Na sequência de uma série de imagens proporcionadas pela TVI sobre o lance na grande área do Guimarães, e que originou a minha expulsão, confirma-se que não há realmente caso para grande penalidade. Nessa jogada as críticas são infundadas e injustas”, disse o treinador do F. C. Porto numa curta declaração publicada no site do clube e na sequência da promessa deixada na sala de Imprensa, na véspera, onde afirmou que iria fazer mea culpa se tivesse errado na análise.

No entanto, André Villas-Boas não poupa críticas ao trabalho do árbitro Carlos Xistra e considera que “esta reapreciação não apaga uma sequência de erros e que devem ser analisados à 10.ª jornada” por Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga. “Estaremos, pois, atentos ao rigor e à ponderação dados pelo presidente da Comissão de Arbitragem às faltas de Ricardo e João Alves sobre Falcao e João Moutinho, respectivamente, e à entrada violenta por trás do João Paulo sobre o Falcao”, lembra o técnico portista que viu os últimos instantes do jogo na tribuna de Imprensa. André Villas-Boas também lembra que “houve dois foras-de-jogo mal assinalados, sendo que um dos quais deixava o Falcao isolado frente ao guarda-redes”.

O JN ouviu os ex-árbitros José Leirós, Cunha Antunes e Pedro Henriques, que consideram não ter havido qualquer infracção na área do Vitória de Guimarães. “Rúben Micael joga a bola com a cabeça. Se há algum braço é do próprio Rúben Micael”, sintetiza José Leirós, especialista em arbitragem do JN, que defende que as novas tecnologias devem estar ao servido do futebol, opinião também partilhada por Cunha Antunes e Pedro Henriques. “Não me parece que tenha havido mão. A bola é cabeceada e o árbitro está bem colocado”, diz Cunha Antunes,  o que também merece a concordância de Pedro Henriques: “Não vejo motivos para ter sido assinalado penálti”.