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Homem acusado de tentar matar primeiro-ministro eslovaco recusa testemunhar em tribunal

Juraj Cintula, um reformado de 72 anos, é acusado de ter disparado cinco vezes contra Robert Fico Foto: Jakub Gavlak / EPA

Juraj Cintula, acusado de ter baleado o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, recusou-se, esta terça-feira, a testemunhar na abertura do julgamento no Tribunal Penal Especializado de Banska Bystrica, no centro da Eslováquia, noticiou o diário "Pravda".

Apesar de se ter recusado a testemunhar, Cintula não concordou com a mudança das acusações, que agora são de terrorismo e que antes eram de tentativa de homicídio premeditado.

Antes da abertura do julgamento, a defesa tentou, sem sucesso, chegar a um acordo extrajudicial, com uma pena de 12 anos, mas a acusação garantiu que essa possibilidade não existe para acusações desta gravidade.

Cintula, um reformado de 72 anos, é acusado de ter disparado cinco vezes contra Fico, que sofreu ferimentos graves no abdómen e na anca, com lesões no intestino grosso e nos tecidos moles da bexiga, de acordo com o relatório médico.

O ataque ocorreu a 15 de maio de 2024, quando Fico saiu de uma reunião do Conselho de Ministros na cidade de Handlová e estava prestes a saudar os cidadãos reunidos em frente à Casa da Cultura, incluindo o atacante.

Durante o julgamento, foram ouvidos os depoimentos gravados da vítima, dos jornalistas que registaram o acontecimento, de outras testemunhas e de peritos médicos e psicológicos.

Ao chegar ao tribunal, Cintula, um poeta e compositor eslovaco, entrou a gritar: “Viva a cultura livre, viva a democracia”.

Se for considerado culpado, a pena pode ser de 25 anos a prisão perpétua.

Robert Fico é uma figura controversa na Eslováquia, país que governa depois de ter sido empossado em 2023 pela quarta vez, por ter feito uma campanha assente em ideais pró-russos e antiocidentais.

Os críticos de Fico consideraram que o primeiro-ministro tem afastado a Eslováquia do Ocidente e temem que esteja a seguir a mesma direção que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

JN/Agências