Primeiro-ministro da Eslováquia classifica os socialistas europeus como "partido dos homossexuais"
O primeiro-ministro da Eslováquia afirmou hoje que o Partido dos Socialistas Europeus (PES) deveria ser chamado de "partido dos homossexuais", ao reagir à expulsão da sua formação política, o SMER, por considerar que esta não cumpre os valores europeístas.
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"O PES abandonou os valores tradicionais da esquerda e deveria chamar-se Partido dos Homossexuais e Incitadores à Guerra", escreveu o populista Robert Fico, líder do Sociálna Demokracia (SMER), numa mensagem publicada nas redes sociais.
O chefe do Governo eslovaco reagia assim à decisão do PES, tomada na passada sexta-feira, de expulsar o SMER, cuja filiação já estava suspensa desde 2023, depois de o partido ter formado uma coligação governamental com uma força de extrema-direita.
"O partido de Bruxelas dos socialistas europeus liquidou, literalmente com a sua agenda, a esquerda autêntica nos Estados-membros da União Europeia", acusou Fico.
Fundado em 1999, o SMER já tinha sido suspenso em 2006, quando Fico estabeleceu pela primeira vez uma coligação com o ultranacionalista Partido Nacional Eslovaco (SNS), embora essa sanção tenha sido posteriormente levantada.
O PES justificou a decisão de sexta-feira afirmando que a formação de Robert Fico apresenta "graves e fortes contradições com os valores e princípios" da família social-democrata.
Para o primeiro-ministro eslovaco, a verdadeira razão é a recente emenda constitucional promovida pelo seu partido, que reconhece apenas dois sexos biológicos (masculino e feminino), proíbe a maternidade de substituição, veta a adoção de crianças por casais homossexuais e consagra a primazia do direito nacional sobre o comunitário em matérias de "identidade cultural e ética".
Fico defendeu que as suas políticas sociais incluem "transportes ferroviários subsidiados para reformados e estudantes", "refeições gratuitas nas escolas", "reforço do diálogo social" e "aumento do salário mínimo e das pensões".
As posições do líder eslovaco, que já tinha exercido funções como primeiro-ministro em três legislaturas (2006-2010, 2012-2016 e 2016-2018), tornaram-se mais populistas, nacionalistas, anti-imigração e próximas da Rússia durante o período em que esteve na oposição.
Após formar Governo em outubro de 2023, a rutura com o PES agravou-se quando Fico cortou a ajuda militar à Ucrânia (envolvida num conflito com a Rússia desde fevereiro de 2022), extinguiu a Procuradoria Especial Anticorrupção e aumentou o controlo político sobre a rádio e televisão públicas, medidas que desencadearam grandes protestos na Eslováquia.