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Febre invadiu a Volta a Portugal e há bigodes para todos os gostos no pelotão

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Seja como amuleto da sorte ou simples brincadeira entre colegas, há bigodes para todos os gostos na 86.ª Volta a Portugal. Tradicionalmente ligada ao "típico homem português", a moda antiga agrada a corredores nacionais e estrangeiros e não passa despercebida no pelotão. Até porque numa prova com tanta visibilidade, todas as oportunidades são importantes para captar a atenção do público.

Há dois anos que o bigode fino e aparado com elegância faz parte da imagem de marca de David Domínguez. Com 25 anos, o espanhol da Aviludo-Louletano-Loulé Concelho começou a deixar crescer o pêlo no rosto para ter uma aparência mais madura, mas o bigode acabou por tornar-se num "amuleto" durante as provas. "Tenho uma cara de menino, um ar muito jovem, e com o bigode pareço um pouco mais velho. E gosto. Desde 2023 que o corto para as corridas. Dá-me sorte, então continuo a usar", partilha Domínguez, admitindo que tem alguma vaidade na forma como se apresenta.

Afonso Silva também já não abdica do corte. Além de ser uma homenagem à região de onde é natural, o Alentejo, é uma forma de o identificarem no meio do pelotão, durante a transmissão televisiva da Volta a Portugal. "A minha família e os meus amigos dizem-me: 'não tires o bigode, assim conhecemos-te logo'. Sabemos que temos outra visibilidade, o que é importante, principalmente para os nossos patrocinadores, porque é aqui que há algum retorno para eles", refere o ciclista de Odemira, que integra a estrutura da AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense, onde Francisco Campos também adotou a mesma moda.

Num desporto que vive graças ao apoio imprescindível dos patrocinadores, a imagem cuidada faz parte das preocupações dos atletas, alguns deles mais irreverentes. Para José Leal - que já nem se imagina sem bigode - "se um ciclista for aprumado, é uma mais-valia". "Não acho que me fique bem de outra maneira. Então pronto, tento estar assim sempre, durante todo o ano", indica o ciclista sub-23 da equipa de Loulé, estreante na Volta a Portugal.

"Provocado" pelo diretor desportivo

Mas a "febre" do bigode não conquistou apenas os mais jovens. Entre os veteranos, há quem arrisque no visual arrojado. No caso do carismático e divertido Joaquim Silva, a "culpa" foi do diretor desportivo, que lançou o isco durante a apresentação da Volta a Portugal. "O José Azevedo é que comentou que agora está na moda o pessoal jovem cortar o bigode. Mais tarde, estava a cortar a barba, porque sofro um bocado por causa do calor, e pensei: se calhar, não fica mal", graceja o corredor de 33 anos, que teve "luz verde" não só da equipa, como também da mulher.

O chefe de fila da Efapel acha curioso que a "moda" associada ao "velho português, ao homem de barba rija" esteja a atrair agora os "millennials", mas seguiu a tendência, ciente de que a imagem é fundamental para a equipa. "A Volta a Portugal, e o [Grande Prémio] JN a seguir, é a corrida que tem mais visibilidade. Na Efapel, temos sempre cuidado, durante todo o ano, mas claro que na Volta faz-se sempre um 'upgrade' especial".

Eduardo Fortunato