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Militares ucranianos treinam dinamarqueses no combate a drones russos

Segundo o chefe de Estado ucraniano, a experiência do seu país, alvo de ataques quase diários desde o início da invasão russa em 2022, "é a mais relevante na Europa de hoje" EPA

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje o envio de uma equipa militar à Dinamarca para participar em exercícios conjuntos de combate a drones russos, após um aumento de incidentes na Europa.

"As nossas tropas chegaram para participar em exercícios conjuntos com parceiros, que podem tornar-se a base para um novo sistema de combate a drones russos", escreveu Zelensky nas redes sociais.

O anúncio surge na véspera da cimeira informal da União Europeia (UE), marcada para quarta-feira em território dinamarquês, país que registou recentemente vários episódios de sobrevoo de drones misteriosos, considerados por alguns responsáveis como suspeitos de origem russa.

Segundo o chefe de Estado ucraniano, a experiência do seu país, alvo de ataques quase diários desde o início da invasão russa em 2022, "é a mais relevante na Europa de hoje".

"A nossa experiência e conhecimento, os nossos especialistas e as nossas tecnologias podem tornar-se um elemento-chave do futuro Muro Europeu contra "Drones", comentou Zelensky.

Também a Polónia confirmou que irá enviar militares para a Dinamarca, a pedido das autoridades locais, para ajudar na proteção da cimeira.

"Solicitaram-nos a participação de soldados polacos", declarou o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.

A decisão ocorre numa altura em que vários países da UE procuram reforçar as defesas aéreas, após incursões recentes de cerca de 20 drones e três caças russos em espaço aéreo europeu, e perante incidentes que levaram ao encerramento temporário de aeroportos dinamarqueses, incluindo o de Copenhaga.

Dez Estados-membros da União Europeia na linha da frente da guerra da Ucrânia causada pela invasão russa (Bulgária, Estónia, Finlândia, Letónia, Lituânia, Polónia e Roménia, Eslováquia, Dinamarca e Hungria) decidiram na semana passada avançar com um muro contra drones, um sistema de defesa aérea para detetar e reagir à entrada irregular destas aeronaves pilotadas remotamente, que arranca no flanco leste e pode ser alargado.

JN/Agências