A CIP - Confederação Empresarial de Portugal destacou, esta quinta-feira, o contributo de Francisco Pinto Balsemão para tornar Portugal um país mais aberto, com maior concorrência e maior escrutínio.
Num comunicado hoje divulgado, a CIP exprime o seu pesar pela morte na terça-feira do "empresário Francisco Pinto Balsemão, jornalista e um dos pais fundadores da democracia portuguesa".
"Francisco Pinto Balsemão cultivou sempre, em todas as atividades políticas, empresariais e jornalísticas a que se dedicou, os valores da liberdade, da tolerância e do liberalismo, tendo dado contributos muito relevantes para tornar a sociedade e a economia portuguesas mais abertas e com mais concorrência", adianta a CIP.
A CIP considera ainda que "como primeiro-ministro teve uma intervenção decisiva na revisão constitucional de 1982, a qual diminuiu a carga ideológica da primeira versão da Constituição da República Portuguesa, permitiu alguma flexibilização da atividade económica e substituiu o Conselho da Revolução pelo Tribunal Constitucional, elementos que foram decisivos para a normalização do país e para a consolidação do seu processo democrático e da sua abertura ao exterior".
"Como jornalista e empresário de meios de comunicação social fundou o Expresso, jornal fundamental para o país e que, nos anos 80 do século passado, tornou o seu suplemento "Economia" um dos fóruns mais qualificados de debate sobre o mundo empresarial em Portugal", afirma a confederação.
Acrescenta que "o lançamento da SIC, a primeira estação de televisão privada, nos anos 90 foi outro contributo inestimável de Francisco Pinto Balsemão para tornar Portugal um país mais moderno, mais aberto à concorrência, com maior escrutínio, e com instituições económicas, sociais e políticas mais plurais e de melhor qualidade".
Francisco Pinto Balsemão, antigo líder do PSD, ex-primeiro-ministro e fundador do Expresso e da SIC, morreu na terça-feira aos 88 anos. Balsemão foi fundador, em 1973, do semanário o Expresso, ainda durante a ditadura, da SIC, primeira televisão privada em Portugal, em 1992, e do grupo de comunicação social Impresa.
Em 1974, após o 25 de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata PSD. Chefiou dois governos depois da morte de Sá Carneiro, entre 1981 e 1983, e foi, até à sua morte, membro do Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República.