O presidente do conselho de administração e a CEO da Sonae afirmaram esta quarta-feira à Lusa que Portugal perdeu uma "figura maior" da democracia e da sua liberdade com a morte de Francisco Pinto Balsemão, "um homem com visão".
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"O país perdeu ontem [terça-feira] uma figura maior da sua democracia e da sua liberdade", disseram Paulo Azevedo e Cláudia Azevedo.
Francisco Pinto Balsemão "foi um homem de visão, coragem e serviço público - um dos construtores do Portugal moderno", prosseguiram os dois gestores, numa mensagem conjunta à Lusa.
"No seu percurso político, teve um papel decisivo na consolidação da democracia, e como primeiro-ministro marcou uma era de compromisso institucional e de defesa dos valores democráticos", sublinharam.
No jornalismo e nos média "deixou uma marca incomparável: fundador do Expresso e da SIC, foi pioneiro na criação de um espaço mediático livre, plural e de excelência", destacam.
Paulo Azevedo e Cláudia Azevedo apontam que a "sua defesa intransigente da liberdade de imprensa foi, e continuará a ser, uma referência para todos os que acreditam que uma sociedade informada é a base de uma democracia sólida".
Na Sonae, "reconhecemos em Francisco Pinto Balsemão um exemplo de liderança com propósito e impacto, cujos valores de independência, integridade e inovação espelham muitos dos princípios que procuramos viver no nosso dia a dia".
A visão de Francisco Pinto Balsemão "ajudou a moldar o país onde crescemos, vivemos e construímos", sublinham ainda. "O país perde uma referência e a nossa família perde um amigo. À família Balsemão deixamos, com enorme respeito e carinho, os nossos sentimentos e um abraço sentido", remataram o presidente do conselho de administração da Sonae e a CEO do grupo.
O Conselho de Ministros aprovou esta quarta-feira o decreto de luto nacional de dois dias pela morte do ex-primeiro-ministro.
Balsemão foi uma personalidade incontornável da história dos média em Portugal, um jornalista que nunca deixou de ser político, tendo como fio condutor a luta pela liberdade de expressão e o direito a informar.
Fundador do semanário Expresso, ainda durante a ditadura (1973), e da SIC, a primeira televisão privada em Portugal, morreu na terça-feira aos 88 anos, de causas naturais.
Em 1974, após o 25 de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), que, mais tarde, tornou-se no Partido Social Democrata (PSD). Chefiou dois governos depois da morte de Sá Carneiro, entre 1981 e 1983, e foi, até agora, membro do Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República.