Mundo

Trump quer investigação sobre ligações entre Jeffrey Epstein e Bill Clinton

Pessoas posam para as fotografias junto a uma estátua que retrata o presidente dos EUA, Donald Trump, e Jeffrey Epstein de mãos dadas. Foto: Brendan Smialowski / AFP

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou ontem que vai pedir ao Departamento de Justiça e ao Departamento Federal de Investigação (FBI) que apurem as ligações entre Jeffrey Epstein e várias figuras e instituições, incluindo o antigo presidente democrata Bill Clinton.

Numa altura em que a sua própria relação com Epstein, o milionário que foi condenado por crimes sexuais envolvendo menores, é objeto de novas perguntas, o presidente norte-americano indicou que, para além de Bill Clinton, o antigo secretário do Tesouro democrata Larry Summers, o investidor, empresário e cofundador do LinkedIn, Reid Hoffman, o banco JP Morgan Chase e "muitas outras pessoas e instituições" seriam alvo de uma investigação.

"Os registos mostram que estes homens, e muitos outros, passaram grande parte da sua vida com Epstein e na sua "Ilha"", acrescentou o líder republicano numa mensagem publicada na sua rede social Truth Social. Trump volta assim a expressar-se sobre o caso Epstein, depois de ter publicado horas antes outra mensagem em que acusava os democratas de criarem uma "farsa política" em torno do caso.

"Jeffrey Epstein era um democrata, é um problema dos democratas, não dos republicanos", escreveu, sublinhando que o escândalo "é fabricado" pelos adversários. A Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), liderada por um republicano aliado de Trump, deverá votar na próxima semana um projeto de lei que exige a divulgação de documentos relacionados com caso Epstein, apesar da relutância da Casa Branca.

Durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais, Trump chegou a prometer "grandes revelações" sobre o caso Epstein. Mas, desde que regressou ao poder, em janeiro passado, o líder norte-americano tem insistido que o processo judicial e mediático sobre o pedófilo é "uma manipulação política destinada a enfraquecer" a Administração republicana.

O escândalo ganhou novo fôlego esta semana após a divulgação de emails atribuídos a Epstein, nos quais o empresário afirma que Trump "sabia das raparigas" que sofreram abusos e que "passou várias horas" com uma das vítimas. O presidente norte-americano tem negado repetidamente qualquer envolvimento ou conhecimento dos crimes cometidos por Epstein e pela cúmplice, Ghislaine Maxwell, condenada a 20 anos de prisão por tráfico sexual de menores.

Epstein, figura influente da alta sociedade nova-iorquina e próxima de políticos e empresários, foi encontrado morto na prisão em 2019, antes do início do julgamento, num caso oficialmente classificado como suicídio, mas que continua a alimentar teorias da conspiração sobre uma eventual eliminação para silenciar testemunhos comprometedores.

JN/Agências