Nacional

Presidente da República espera que investigação à TAP seja cabal mas rápida

Marcelo Rebelo de Sousa esteve no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa Foto: José Sena Goulão/Lusa

O presidente da República espera que a investigação que levou a buscas na TAP seja cabal, mas rápida, manifestando preocupação com a posição do Estado português no processo de reprivatização parcial da companhia aérea.

"É vantajoso para a privatização da TAP em geral que tudo o que houver a investigar seja investigado cabalmente mas também rapidamente", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas, no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa, no concelho de Cascais.

O chefe de Estado referiu que "uma operação como a privatização da TAP implica candidaturas, implica interesse de vários candidatos", e argumentou que, nesse contexto, "quanto menor for a dúvida sobre o que se passou, sobretudo há muito tempo, melhor é para a posição de Portugal".

"Quando se fala na TAP, o que importa é a posição de Portugal", defendeu o Presidente da República.

O diretor nacional da Polícia Judiciária confirmou hoje a realização de buscas na TAP e noutros locais no âmbito de uma investigação liderada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) relacionadas com a privatização de 61% do capital da companhia aérea ao consórcio Atlantic Gateway, em 2015.

Questionado sobre estas buscas, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que tinha visto "que há investigação relativamente à decisão de 2015", e que esse "é um tema que já tinha sido falado", mas "depois durante muito tempo deixou de ser falado".

A privatização de 2015 foi conduzida pelo então Governo PSD/CDS-PP chefiado por Pedro Passos Coelho. O consórcio vencedor era liderado pelo empresário norte-americano David Neeleman e integrado pelo empresário português Humberto Pedrosa, do Grupo Barraqueiro, onde hoje também foram realizadas buscas.

Segundo um comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR), as buscas abrangeram 25 locais, incluindo empresas, sociedades de advogados e de revisor oficial de contas, não estando previstas detenções.

De acordo com a PGR, estão em causa suspeitas de crimes de administração danosa, de participação económica em negócio, de corrupção passiva no setor privado, de fraude fiscal qualificada e de fraude à Segurança Social qualificada.

JN/Agências