Mais de 40 combatentes palestinianos do grupo islamita palestiniano Hamas foram mortos pelo exército israelita ao longo da semana passada, em operações militares em túneis na Faixa de Gaza, anunciou este domingo Israel.
Há mais de um mês que as tropas israelitas concentram esforços de combate na zona leste de Rafah para "desmantelar as redes de túneis subterrâneos que ainda existem na região e eliminar os terroristas que se escondem neles", referiu o exército num comunicado citado pela agência France-Presse (AFP).
Num balanço anterior, o exército israelita tinha dito que matou numa semana mais de 20 combatentes que tentavam escapar de túneis na zona de Rafah, no sul do território.
No passado dia 27 de novembro, o grupo islamita palestiniano Hamas confirmou reuniões com os mediadores internacionais sobre o destino dos seus combatentes encurralados nos túneis na Faixa de Gaza, segundo várias fontes consultadas pela AFP.
"As discussões e os contactos com os mediadores [Egito, Turquia e Qatar] e os americanos continuam com o objetivo de resolver a crise", disse à AFP um líder do movimento radical palestiniano, falando sob anonimato, bem como outras fontes contactadas pela agência noticiosa.
Um responsável do Hamas na Faixa de Gaza indicou à AFP que o número estimado de combatentes ainda vivos em vários túneis, na maioria membros das Brigadas al-Qassam (braço armado do movimento), se situe entre os 60 e os 80.
A primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, em vigor desde 10 de outubro, incluiu a troca de reféns (vivos e mortos) ainda mantidos na Faixa de Gaza por prisioneiros palestinianos em posse de Israel, a retirada parcial das tropas israelitas no território e acesso de ajuda humanitária.
Ambas as partes têm trocado sucessivas acusações de violação da trégua antes das próximas etapas do plano promovido pelos EUA, que prevê a continuação da retirada israelita, o desarmamento do Hamas e o estabelecimento de um "conselho da paz" para gerir a Faixa de Gaza e o destacamento de uma força internacional.
A guerra foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 70 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do território, um desastre humanitário e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.