
Abu Shabab era acusado pelo Hamas de colaborar com as forças ocupantes israelitas em Gaza.
Foto: Forças Populares / Facebook
O xeque Atiya Odeh Abu Suneima, líder do clã de Abu Suneima em Gaza, afirmou esta quinta-feira, em comunicado, que Yaser Abu Shabab, chefe de uma milícia anti-Hamas que colaborou com o Exército israelita, foi morto pelas mãos dos seus familiares.
"O clã Abu Suneima orgulha-se dos seus filhos, que demonstraram uma coragem e uma força de vontade inabaláveis perante a injustiça e a traição", expressa a mensagem do xeque. "Entre eles estavam aqueles que enfrentaram Yaser Abu Shabab e a sua quadrilha, que acabaram por assassinar e assim marcaram um novo capítulo na honra e no orgulho palestinianos", acrescentou.
Os meios de comunicação israelitas noticiaram, ao início da tarde desta quinta-feira, que Israel estava a investigar se Abu Shabab morreu devido à gravidade dos ferimentos sofridos após "disputas internas" na Faixa de Gaza.
No seu comunicado, o xeque lamenta também a morte de um número indeterminado dos seus familiares, entre os quais só nomeou Muhamad Abu Suneima e Juma Muhamad Abu Suneima, durante aquele ataque ao líder da milícia em Gaza.
Abu Shabab, que liderava uma milícia conhecida como Forças Populares, estava situado no leste de Rafah (Sul da Faixa de Gaza), dentro da zona controlada por Israel. E, a partir daquela zona, aparentemente dedicava-se a assegurar o fluxo de camiões de ajuda humanitária que acedem ao enclave pelo Sul, com a concordância do Exército israelita, que também forneceu armas a esta milícia.
Além disso, também esteve a colaborar com Israel nas ações contra o Hamas no Sul de Gaza. "O que restar dessa fação rebelde, que desafia os valores do nosso povo, enfrentará uma severa prestação de contas. Como filhos do clã Abu Suneima, estaremos na linha da frente para escrever os melhores capítulos de justiça e dignidade, se Deus quiser", sublinhou Abu Suneima na nota.
A milícia de Abu Shabab foi acusada pelo Governo de Hamas de roubar a escassa ajuda humanitária que entrava na Faixa de Gaza, em alegada conivência com o Exército israelita. Alguns meios de comunicação locais chegaram a relatar que o líder daquela milícia faleceu no Centro Médico Soroka, em Beersheba (Sul de Israel), mas mais tarde disseram não ter conseguido confirmar. Os detalhes do incidente ainda estão a ser investigados.
A agência de notícias Al Quds, ligada ao Hamas, celebrou a morte nos seus canais oficiais com desenhos e caricaturas que destacavam o "futuro que espera aqueles que colaboram com o Exército de ocupação israelita". A unidade policial Radea, dependente do Ministério do Interior do Hamas, classificou há mês e meio Abu Shabab como "fugitivo da justiça" e começou a realizar operações para desmantelar "nichos de traição e atividades ilegais", devido às ligações das Forças Populares com o Exército israelita.
