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Autarcas devem ser "interlocutores" dos empresários da diáspora para investir em Portugal

Foto: Arquivo

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa, desafiou este sábado os autarcas portugueses a participar no evento "Portugal nação global", que decorrerá a 29 e 30 de abril de 2026, em Lisboa, aproveitando-o como oportunidade de contactar com empresários da diáspora e, junto deles, captar possíveis novos investimentos para Portugal.

Segundo o governante, aquele "evento de negócios", juntará empresas do território nacional e das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo para realização de "encontros B2B, frente a frente". Aos autarcas será dado espaço para apresentarem "as oportunidades de investimento" existentes em cada um dos municípios.

"Os presidentes de câmara são aqueles que melhor conhecem o território e que sabem onde se pode construir uma fábrica, um hotel, habitação. Espero que cada um saiba chamar a atenção para o investimento na sua terra. Se houver muitos inscritos, provavelmente vou desafiar-vos a fazê-lo como CIM ou como Área Metropolitana", disse Emídio Sousa.

"Isto é muito importante. Nós somos, aqui em Portugal, 10 milhões. As estatísticas dizem que somos mais de 5 milhões, mas já há estudos, de 2017 e 2018, que apontam para 30 milhões. Portanto, já somos, lá fora, o dobro daqueles que estão cá dentro. E eu penso que estes números pecam por escassos", sublinhou. O secretário de Estado indicou que, atualmente, existem comunidades em "178 países". "Se pensarmos, só o Brasil são 27 estados, os EUA são 50 estados, o Canadá são províncias e cada uma delas é 20 vezes maiores do que Portugal. E se pensarmos que em cada um destes sítios há comunidades portuguesas espalhadas por todos os territórios, nós estamos rigorosamente em todo o lado", frisou, acrescentando que, no evento, apresentará "um novo conceito de nação", baseado na premissa de "um povo que tem uma língua e uma cultura comuns".

"Se conseguirmos desenvolver este novo conceito de nação, seremos uma das três maiores nações do Mundo. Não em número de pessoas, mas em número de comunidades. Nós nem sabemos exatamente quantas comunidades temos no mundo. Temos centenas. (...) até na Patagónia temos portugueses", referiu. "O que quero fazer agora é trazer estes empresários de sucesso, porque eles querem investir em Portugal. Quando lá vou dizem-me: 'quero investir, mas não sei com quem falar'. E o grande interlocutor que quero que eles tenham são os presidentes de câmara". "Muitos deles têm muito sucesso, são grandes empresários. E recordam com muito orgulho as suas origens. Constatei isso no terreno", concluiu.

Ana Peixoto Fernandes