Política

Durão Barroso alerta para imagem externa do país

"Cá fora, o que se vê é o país, é Portugal no seu conjunto", afirmou Barroso Georges Gobet/AFP

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, apelou esta aos partidos políticos vinculados ao programa de ajuda externa a Portugal para que "deem as mãos", lembrando que, na Europa, o país é visto no seu conjunto.

Num claro recado ao Partido Socialista -- cujo secretário-geral, António José Seguro, afirmou no domingo que o Governo não tem condições para retirar o país da "alhada" em que se encontra --, Durão Barroso sustentou que não podem prolongar-se "os sacrifícios que já estão a ser suportados pelos portugueses".

"É por isso que faço mais uma vez um apelo a que as diferentes instituições da República Portuguesa e as principais forças políticas, nomeadamente aquelas que estão, de um modo ou de outro, vinculadas à execução do programa [de ajustamento]: deem as mãos para que se possa ter sucesso", disse.

"Cá fora, o que se vê é o país, é Portugal no seu conjunto. E o que interessa aos parceiros de Portugal, nomeadamente aos países da zona euro - no final, são eles que tomam as decisões - é saber se em Portugal há ou não a vontade para respeitar os compromissos assumidos e se há determinação nacional no sentido de cumprir esses mesmos compromissos", afirmou José Manuel Durão Barroso, em declarações à imprensa.

O presidente da Comissão Europeia reafirmou ainda o apoio de Bruxelas à extensão das maturidades nos empréstimos concedidos pela UE a Portugal, mas reiterou que a decisão pertence "aos ministros das Finanças de todos os governos da zona euro".

"Mas nós pensamos que essa decisão deve ser tomada o mais cedo possível, que isso facilitará a perspetiva de retorno aos mercados de Portugal e reforçará a credibilidade do programa de ajustamento, apoiando assim os esforços notáveis feitos por Portugal nos últimos tempos", sublinhou.

Os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) reúnem-se informalmente esta sexta-feira, a que se segue o fórum dos da UE (Ecofin), em Dublin.

Redação