Tropas especiais quenianas continuavam a combater, esta terça-feira de manhã, "um ou dois" atacantes islâmicos barricados no interior do centro comercial "Westgate", em Nairobi, indicaram fontes da segurança envolvidas na operação à agência France Presse.
De acordocom as mesmas fontes, os atacantes foram localizados e isoladosdentro ou em torno do casino, localizado num dos pisos superiores docentro comercial da capital queniana.
Disparosesporádicos e explosões podiam ser ouvidos a partir do interior do"Westgate" durante esta madrugada, de acordo comtestemunhas.
Osrecentes combates eclodiram horas depois de o Governo queniano terdeclarado que detinha "controlo total" sob a situação nocentro comercial, quase três dias depois do 'assalto'.
Fontes dasegurança confirmaram que vários reféns foram resgatados etransportados para um hospital militar, sem facultar, contudo, umnúmero concreto.
Na noitede segunda-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros queniana,Amina Mohamed, afirmou que havia "dois ou três"norte-americanos entre os autores do ataque, com idades entre 18 e 19anos, de origem somali e árabe.
AminaMohamed também confirmou o envolvimento de uma mulher britânicaque, segundo as informações de que dispõe, já teria participadonoutros atentados terroristas.
Anteriormente,a polícia queniana tinha dito estar a estudar informações, deacordo com as quais a britânica Samantha Lewthwaite, viúva de umdos 'kamikazes' dos atentados de 7 de julho de 2005, em Londres,estaria "envolvida".
A milíciafundamentalista somali Al-Shebab, com ligações à Al-Qaida,reivindicou a autoria do ataque, que começou a meio do dia dopassado sábado, quando homens armados entraram no complexo, atirandogranadas e disparando armas automáticas.
AAl-Shebab justificou o ataque como sendo uma retaliação pelaintervenção militar queniana na Somália, onde militares do Quéniase encontram a combater os islamitas desde o final de 2011.
A políciaqueniana deu conta, entretanto, da detenção de mais de dezsuspeitos ligados ao ataque, do qual resultaram pelo menos 62 mortose 180 feridos.
Segundo aCruz Vermelha, há ainda cerca 60 pessoas que continuam desaparecidaspor estarem incontactáveis desde o ataque.
As vítimassão de várias nacionalidades. Na noite de segunda-feira, osecretário da Defesa britânico, Philip Hammond, indicou queprovavelmente estarão entre estas seis compatriotas seus."Amelhor estimativa que temos, neste momento, é a de que seisbritânicos terão sido mortos", afirmou, após uma reunião docomité de emergência presidido pelo primeiro-ministro britânico,David Cameron.
A Coreiado Sul, por exemplo, informou hoje que uma cidadã sul-coreana tambémestará provavelmente entre as vítimas.
Numcomunicado, emitido esta terça-feira, o ministério dos NegóciosEstrangeiros sul-coreano, citado pela Efe, sublinha que apenasconseguiu identificar a vítima, com base em declarações de amigosdesta no Quénia e que "poderá levar muito tempo até seconfirmar oficialmente a identidade do corpo".
Duranteestes últimos três dias, as forças de segurança e as corporaçõesde voluntários conseguiram retirar cerca de mil pessoas do"Westgate", um dos centros comerciais mais luxuosos dacidade e frequentado por expatriados e quenianos da classe alta.
Este foi opior ataque terrorista em Nairobi, desde o bombardeamento daembaixada dos EUA pela Al-Qaeda, em 1998, que causou mais de 200mortos.