Os militares quenianos já têm o controlo do centro comercial Westgate, situado na capital e que é parcialmente possuído por israelitas, popular entre expatriados e quenianos abastados, anunciou esta segunda-feira à noite o ministro do Interior queniano.
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"Controlamos Westgate", revelou o ministro, através de uma mensagem na rede social Twitter, cerca de 60 horas depois de islamitas armados terem atacado o complexo comercial e matado pelo menos 62 pessoas.
Um porta-voz do Governo disse à agência noticiosa AFP que as forças especiais que se encontravam a revistar o centro comercial não estavam a encontrar resistência.
"As nossas forças especiais estão dentro do edifício, a revistar todos os compartimentos. Pensamos que todos os reféns já saíram, mas estamos a confirmar", disse Manoah Esipisu.
Ao fim de um dia de tiroteio cerrado, grandes explosões e fumo negro nos céus da capital queniana, o vasto centro parecia estar sossegado 60 horas depois de homens armados terem atacado o complexo, relatou um repórter da AFP no local.
Não foram dados pormenores sobre o número dos reféns libertados, mas a Cruz Vermelha tinha mencionado a existência de 63 pessoas em paradeiro desconhecido, o que se admitiu que incluísse reféns e mortos.
O ataque ao centro comercial causou 200 feridos e pelo menos 11 militares quenianos ficaram feridos no intenso tiroteio desta segunda-feira, revelou o Exército.
As forças especiais também mataram esta segunda-feira pelo menos três atacantes e feriram vários.
Uma fonte da segurança queniana e um agente de um serviço de informações ocidental disseram que também havia forças israelitas envolvidas nas operações, a par com britânicos e norte-americanos.
A milícia somali Al-Shebab, com ligações à al-Qaeda, reivindicou o ataque, que começou a meio do dia de sábado, quando homens armados entraram no complexo, atirando granadas e disparando armas automáticas.
O chefe do Exército queniano, Julius Karangi, disse que os atacantes tinham diferentes nacionalidades. As milícias do al-Shebab são integradas por combatentes oriundos de vários países, para além dos somalis que têm dupla nacionalidade.
O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, cujo sobrinho foi morto, juntamente com a namorada, classificou o ataque como "vil e animalesco".
A Al-Shebab justificou o ataque como sendo uma retaliação pela intervenção militar queniana na Somália, onde militares do Quénia estão a combater os islamitas.
"O Quénia não vai ter paz enquanto os vossos rapazes estiverem nas nossas terras", disse o porta-voz dos milicianos, Ali Mohamud Rage, em declaração colocada num sítio islamita da internet.
Entre os mortos estão seis britânicos, duas francesas, dois canadianos, incluindo um diplomata, uma chinesa, dois indianos, um sul-coreano, um sul-africano e uma holandesa, segundo os respetivos governos.
O poeta ganês e antigo embaixador do Gana na Organização das Nações Unidas Kofi Awoonor, de 78 anos, também foi morto, enquanto o seu filho foi ferido.
Este foi o pior ataque terrorista em Nairobi, desde o bombardeamento da embaixada dos EUA pela Al-Qaeda, em 1998, que causou mais de 200 mortos.