A agência europeia de vigilância de fronteiras, Frontex, decidiu dar mais dois milhões de euros a Itália, depois do naufrágio ao largo da ilha de Lampedusa, que na semana passada matou centenas de imigrantes clandestinos.
"Decidimos retirar dois milhões de euros do nosso orçamento para a Itália, dando-lhe prioridade sobre as nossas outras missões, para prolongar a operação Hermés até novembro", disse o vice-diretor da agência, Gill Arias, referindo-se ao patrulhamento das ilhas Pelágias, a sul da Sicília, a maior das quais é Lampedusa.
Na quinta-feira passada, o naufrágio de uma embarcação com cerca de 500 imigrantes a bordo fez entre 300 e 390 mortos. Apenas 155 pessoas sobreviveram ao acidente e, até hoje, 289 corpos foram retirados do mar.
"Trata-se de uma decisão interna, tomada pela agência em plena autonomia, sem que tenha havido um pedido expresso de Itália ou da Comissão Europeia, e antes da tragédia de Lampedusa", indicou Gill Arias à agência italiana Ansa.
A Frontex é uma agência criada em 2004 pela União Europeia (UE) para policiar as fronteiras da União e combater a imigração ilegal para a Europa.
Ao longo dos últimos dois anos, a agência resgatou 16 mil pessoas do Mediterrâneo, mas o seu orçamento foi reduzido de 118 milhões de euros em 2011 para 90 milhões de euros em 2012 e 85 em 2013, o que faz com que dependa dos recursos - navios, helicópteros e outros equipamentos - que os Estados membros disponibilizam.
A comissária europeia para os Assuntos Internos, Cecilia Malmstroem, afirmou na terça-feira que vai pedir aos 28 uma contribuição para reforçar o orçamento da Frontex.
A Força Aérea Portuguesa enviou, no sábado, um avião para a região de Lampedusa, em resposta a um apelo da Frontex aos Estados-membros da UE para o reforço dos meios de vigilância.