Um tunisino de 35 anos foi detido em Itália sob a acusação de ser o traficante que levou 500 imigrantes clandestinos da Líbia para Itália numa embarcação que naufragou na quinta-feira perto da ilha italiana de Lampedusa.
Corpo do artigo
A polícia italiana tinha localizado o suposto traficante depois do naufrágio e levou-o para o centro de acolhimento com o resto dos sobreviventes, tendo procedido hoje à sua detenção oficial e transferência para a prisão siciliana de Agrigento.
Segundo os media italianos, alguns dos 155 sobreviventes do naufrágio identificaram o tunisino, Bensalem Khaled, como o "capitão" do barco de pesca em que viajaram.
Khaled, segundo as vítimas, levou os clandestinos do deserto até à cidade de Misrata, no noroeste da Líbia, onde embarcaram com destino à Europa.
As testemunhas disseram que foi também Khaled que pegou fogo a uma manta, dando origem ao incêndio e, depois, ao naufrágio.
O tunisino foi acusado de homicídio múltiplo e de ajuda à imigração ilegal.
Os clandestinos, oriundos da Eritreia e da Somália, disseram às autoridades que havia outro traficante a bordo, o qual, tal como Khaled, era designado pelos imigrantes como "white man" (homem branco). Este suspeito não foi localizado até ao momento.
Cerca de 500 clandestinos viajavam a bordo da embarcação naufragada. Até ao momento foram recuperados 235 corpos e há mais de 100 desaparecidos, de acordo com as estimativas feitas a partir dos relatos dos sobreviventes.