O Fundo Monetário Internacional insistiu, esta quarta-feira, que Portugal tem de ir mais longe na flexibilização do mercado de trabalho, pedindo a Lisboa para "resistir" às pressões para aumentar a despesa pública.
"Asreformas estruturais são fundamentais para aumentar o potencial decrescimento da economia portuguesa. É ainda necessário um maioraumento da competitividade do mercado de produto e uma maiorflexibilização no mercado de trabalho", considerou NematShafik, vice-diretora do FMI, num comunicado da organizaçãointernacional, que anunciou, esta quarta-feira, a conclusão daaprovação da 10.ª avaliação ao programa de ajustamento dePortugal e o desembolso de uma "tranche" de 910 milhões deeuros.
Arepresentante do FMI acrescentou que um "aumento doinvestimento, em especial no setor transacionável, é necessáriopara gerar mais emprego e gerar os excedentes externos necessáriospara anular os desequilíbrios".
Na notaenviada às redações, a organização liderada por ChristineLagarde qualificou como "louvável" a forma como o Governoportuguês tem implementado o programa de ajustamento, "apesardos contratempos legais", numa referência aos chumbos doTribunal Constitucional de algumas medidas propostas pelo executivode Lisboa.
"Asautoridades promulgaram um orçamento para 2014 consistente com osobjetivos do programa, e introduziram medidas para compensar acomponente da reforma das pensões invalidada pelo TribunalConstitucional", sublinhou o comunicado.
Outro dospontos focados por Nemat Shafik é a importância do Governoportuguês, que está "fortemente comprometido" naimplementação do programa, completar o caminho da consolidaçãoorçamental.
"Seráimportante completar a consolidação orçamental e colocar a dívidapública num rumo claramente descendente", afirmou aresponsável, apelando ao Governo português para "resistir àspressões para aumentar a despesa pública".
Avice-diretora do FMI acrescentou que Lisboa deve prosseguir osesforços para "racionalizar a administração pública" eas medidas para diminuir o fosso entre os gastos com apoios sociais eas contribuições dos beneficiários.
"Maisreformas estruturais fiscais, incluindo na administração fiscal econtrolo das dívidas a fornecedores, são críticas para manter asfinanças públicas sustentáveis e minimizar os riscos orçamentais",defendeu ainda a representante da instituição internacional.
O FMI éuma das instituições que integra a 'troika', além do Banco CentralEuropeu e da Comissão Europeia, a que Portugal pediu ajudafinanceira.