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Lusodescendente poderá ser um dos jiadistas num vídeo de execução do Estado Islâmico

Um francês de origem portuguesa pode ter sido identificado como um dos jiadistas que surgem no vídeo da execução do norte-americano Peter Kassig e de vários soldados sírios, noticiam esta terça-feira jornais ingleses e franceses.

Segundo o diário britânico "The Times", Abou Uthman terá sido identificado como um dos elementos após a análise pelos serviços de informação de vários países, incluindo o Reino Unido.

O vespertino francês "France Soir" acrescenta que este será um "francês de origem portuguesa originário de Roubaix", cidade no norte de França, a 14 quilómetros de Lille, citando o jornalista de investigação Jean-Paul Ney.

O repórter francês identifica assim o "segundo nacional francês" evocado pelo procurador da República de Paris, François Molins, na segunda-feira, como estando possivelmente implicado no vídeo.

Molins apenas tinha evocado a possibilidade de "possível presença" de um segundo francês convertido, nascido em 1992 e que teria partido para a Síria em agosto de 2013.

O "Le Monde" cita o procurador que, sem identificar o suspeito, disse que é objeto de um mandado de captura no âmbito de um inquérito judiciário aberto em outubro de 2013.

Segundo o "Times", Abou Uthman já tinha sido fotografado antes com uma bota em cima de uma cabeça cortada.

Porém, segundo o mesmo jornal, o lusodescendente não fazia parte da fileira extremista de Rouen de onde saiu o outro francês identificado na decapitação de prisioneiros sírios exibida num vídeo do Estado Islâmico divulgado no domingo.

Trata-se de Maxime Hauchard, cujo nome muçulmano é Abu Abdallah, nascido em 1992 na Normandia (norte de França) e que, segundo Molins, "partiu para a Síria a 17 de agosto de 2013, depois de uma estada na Mauritânia em 2012".

O francês surge num vídeo, divulgado no domingo, da execução do norte-americano, fundador de uma organização humanitária, e de 18 homens apresentados pelo grupo radical como soldados sírios.

Ambos são visados num inquérito por homicídio em grupo organizado no âmbito de organização terrorista, anunciou o procurador francês na segunda-feira.

Há também suspeitas de que outro dos jiadistas que surgem no vídeo seja um cidadão britânico.

O procurador da República de Paris indicou que 1132 franceses estarão envolvidos com grupos jiadistas e que 376 estão na Síria e no Iraque, entre os quais 88 mulheres e dez menores.

Redação