A Procuradoria de Paris informou hoje que um dos 'jiadistas' que surgem no vídeo da execução do norte-americano Peter Kassig e de vários soldados sírios é um cidadão francês.
Corpo do artigo
"Provas circunstanciais confirmam o envolvimento de um francês na decapitação de prisioneiros sírios exibida num vídeo do Estado Islâmico divulgado no domingo", lê-se num comunicado do gabinete do procurador de Paris.
Horas antes, o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, disse que as autoridades estavam a investigar a possibilidade de um dos 'jiadistas' no vídeo ser Maxime Hauchard, nascido em 1992 na Normandia (norte de França) e que "partiu para a Síria em agosto de 2013, depois de uma estada na Mauritânia em 2012".
O francês surge num vídeo, divulgado no domingo, da execução do norte-americano, fundador de uma organização humanitária, e de 18 homens apresentados pelo grupo radical como soldados sírios.
O jovem "é visado desde agosto de 2014 num inquérito preliminar por associação criminosa relacionada com uma organização terrorista", segundo fonte judicial citada pela agência France Presse.
Hauchard, que se converteu ao islamismo aos 17 anos, deu uma entrevista à televisão BFM em meados de julho, através do Skype e com a cara descoberta, a partir, disse, da cidade de Raqa, bastião dos 'jiadistas' no norte da Síria.
Nessa entrevista, o jovem disse ter ido para a Síria num voo de Paris via Istambul, com um "bilhete barato", que não estava preocupado "em esconder-se" e que o seu objetivo era morrer como mártir, "a maior recompensa".
Uma fonte dos serviços de informações franceses disse à agência France Presse que está a ser investigada a possibilidade de um segundo cidadão francês estar entre os 'jihadistas' que surgem no vídeo.
Há também suspeitas de que outro dos 'jiadistas' que surgem no vídeo seja um cidadão britânico.
O pai do suposto 'jiadista', Nasser Muthana, um estudante de medicina de 20 anos, afirmou ao jornal britânico Daily Mail que reconheceu o filho no vídeo. "Não tenho a certeza, mas parece o meu filho", disse Ahmed Muthana, de Cardiff.
As autoridades francesas estimam que cerca de mil cidadãos franceses estejam ou tenham estado envolvidos com grupos 'jihadistas' na Síria, o que faz dos franceses um dos principais contingentes de ocidentais. Atualmente, as autoridades estimam que haja 375 franceses na Síria e no Iraque e documentaram a morte de pelo menos 36 franceses naqueles territórios.